Coleta do lixo: se tornou apaixonante
Por Joedson Telles
A curiosidade sobre o que, de fato, acontece em toda essa polêmica envolvendo a terceirização dos serviços de limpeza de Aracaju tem sido uma companheira constante dos mais atentos que acompanham atônitos uma notícia atrás de notícia, mas não conhecem os bastidores do lixo.
Não falta quem indague aos próprios botões: bolas! Se a relação Torre x Prefeitura de Aracaju andava longe de espelhar uma lua de mel em Paris, se o contrato venceu e se no novo processo licitatório o preço apresentado pela Torre para continuar os serviços, nas contas da PMA, foi superior cerca de 9% do apresentado pela Cavo, empresa que acabou vencendo o processo, a quem interessa sangrar a Prefeitura de Aracaju? Quem ganha com isso?
Óbvio que se existe algum problema burocrático ou de outra ordem com a empresa vencedora isso deve ser corrigido. Mas porque não se leva em conta dois pontos principais: a coleta do lixo com eficiência, algo que a Torre deixou de fazer algumas vezes, e a nova empresa faz, ao menos quando deixam, e a economia para os cofres públicos numa época de escassez de recursos?
Indago ao internauta: se a ideia, a prioridade, é mesmo Aracaju não é mais sensato priorizar estes dois pontos – limpeza e economia – e resolver no bom senso a parte burocrática? Não acredito que em sentando à mesa todas as partes envolvidas e mais o Ministério Público não se chegue ao bom termo.
A coisa soa tão fácil de ser solucionada que a impressão que se tem é que aos olhos de algumas pessoas somente a Torre, mesmo deixando a população na mão e cobrando mais caro, tem condições de fazer o serviço. Estranho, não? Por que mesmo nestas circunstâncias a Torre seria a queridinha? Que amor do canso seria esse? De onde nasceria? Se Aracaju perde, onde está o ganho? Se não fosse jornalismo, uma lamentável notícia, se fosse um livro, por exemplo, poderia muito bem receber como título “O estranho amor que brota da coleta do lixo”.
