Secretário Mendonça: não está em todos os locais
Por Joedson Telles
Pesco no rádio, na manhã desta quinta-feira 19, que as Polícias Civis e Militar estão tendo problemas com falta de combustível. A julgar por constantes denúncias, a notícia, evidentemente, preocupa a sociedade pelo fato de a criminalidade ganhar mais um reforço nesta luta já desigual com os bandidos dando de goleada. Todavia atingirá também policiais que são denunciados por gastar combustível em benefício próprio, e não da sociedade. Estão em xeque péssimos hábitos denunciados há muito. Levar a viatura para a própria residência todos os dias, ao final do expediente, usá-la para fins particulares, como pegar e levar filhos na escola, deixar o ar-condicionado ligado por horas e horas – mesmo com o carro parado por conta de algum evento que o patrão participa… Sem falar que não há necessidade de certos policiais irem e voltarem do trabalho com carro e motorista da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Evidente que a depender da profundidade do fosso, apenas passar a usar o combustível das viaturas policiais somente no combate à criminalidade, e não gastar desnecessariamente, não resolverá o problema. Mas que já ajuda ninguém deve ter dúvida. O problema é que mesmo quem não comete o pecado da ação, muitas vezes, comete o da omissão. Se as denúncias dos gastos de combustíveis fora da atividade direta da segurança Pública forem comprovadas, passa da hora de os policiais que não cometem este pecado denunciar quem comete.
Temos a cultura de encarar os problemas da administração pública atacando os gestores e fechando os olhos para o conjunto da ópera. Evidente que o gestor é o responsável maior em se tratando da coisa pública, mas é impossível qualquer ser humano estar sempre presente em todos os locais onde os problemas emergem. O bom senso implora que não apenas outros agentes públicos, estes, sim, muitas vezes testemunhas ocular dos fatos, mas qualquer cidadão seja um fiscal do seu próprio dinheiro. O disk denúncia existe para isso. Na era do celular e em se tratando de uma cidade geograficamente pequena como Aracaju, o pecado só persiste com a conivência do silêncio.
