Sergipe acordou, nesta quarta-feira 29, com a notícia da prisão do ex-deputado estadual Raymundo Vieira, o Mundinho da Comase (PSL). Mundinho, que deixou de ser deputado em dezembro de 2014, e perdeu, assim, o chamado fórum privilegiado, foi preso em sua residência em Aracaju, por volta das 6h. Além dele, mais duas pessoas ligadas à Associação Ala Jovem, em Lagarto, também receberam voz de prisão. Mundinho aceitou a delação premiada.
As prisões são parte do trabalho de investigação do Ministério Público de Sergipe (MPF) sobre o destino das verbas de subvenções da Assembleia Legislativa de Sergipe. Segundo a delegada Daniela Garcia, a polícia representou a prisão do deputado, ao constatar que ele destinou verbas à entidades, que simulavam contratos e, posteriormente, devolviam o dinheiro depositando-o na conta bancária do ex-deputado.
“Está comprovado. Não sabemos ainda quanto, mas são valores altos. Tanto assim que só Algifranco (um dos presos) confirmou que depositou mais de R$ 3 milhões na conta de Mundinho. Isto está documentado no inquérito”, disse a delegada.
Segundo o jornalista Jailton Santana, da Rede Ilha, policiais que efetuaram a prisão do ex-deputado revelaram que, ao receber voz de prisão, ele chorou bastante, alegando ser inocente e vítima de politicagem. Os policiais disseram ainda que ele precisou ser medicado devido a problemas cardíacos.
A delegada Daniela Garcia explicou que a Polícia Civil não tem autorização para investigar uma suposta participação de outros deputados no mesmo esquema, mas espera que com a prisão de Mundinho da Comase, através de uma delação premiada, as investigações prosperem. “O que está ao nosso alcance estamos fazendo. Com essas prisões, a gente espera que eles colaborem e possamos obter mais informações”, disse.
Do Universo
