“Se perder esse legado, a chance de insucesso no próximo ano é muito grande”, diz
Por Joedson Telles
Presidente do PSB de Sergipe, o ex-deputado federal Valadares Filho avaliou, ao comentar uma entrevista concedida pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), na qual é citado, que o adversário não é a pessoa indicada para falar em unidade e harmonia de grupo político por não liderar. Segundo Valadares Filho, Edvaldo sobrevive politicamente por se apropriar do legado do saudoso ex-governador Marcelo Déda (PT). “Se ele perder esse legado e perder o discurso, juntamente com a administração muito aquém das expectativas que está fazendo, a chance de insucesso no próximo ano é muito grande”, acredita.
O ex-deputado salienta que Edvaldo nunca conseguiu, mesmo estando à frente da Prefeitura de Aracaju, há tantos anos, formar um partido político forte, imagine um agrupamento político. “Ele nunca foi líder de grupo nenhum. Basta olhar o histórico dos candidatos proporcionais que ele apoiou em Aracaju, ele estando à frente da Prefeitura de Aracaju, que tiveram votações pífias. Isso materializa que ele nunca foi um líder referência na capital”, afirmou.
Valadares Filho disse ainda que Edvaldo chegou à Prefeitura de Aracaju pelas mãos de Déda, foi reeleito prefeito de Aracaju por todo legado e liderança que o petista sempre representou.”E teve um resultado positivo na última eleição, boa parte, mais uma vez, pelo legado de Déda, que foi o maior prefeito da história de Aracaju, tanto é que a vice de Edvaldo foi minha amiga Eliane Aquino. Outro fator preponderante que fez ele ter um resultado positivo em 2016, Aracaju conhece o que aconteceu naqueles últimos dias das eleições. Ele nunca foi líder de coisa nenhuma. Sempre foi beneficiado pelo legado Marcelo Déda que fez ele estar à frente da prefeitura por tantos anos”, disse.
De acordo com o ex-deputado, a preocupação do prefeito, quando fala em unidade do agrupamento, quando chama atenção, por exemplo, do PT, com receio que o PT saia da aliança, é justamente porque ele, Edvaldo, sempre sobreviveu por meio desse legado, que fez com que ele tivesse resultado positivo nessas eleições.
“Eu tenho convicção que dentro de uma conjuntura em que a oposição da capital se organize, e ele não tenha esse legado do discurso histórico de Marcelo Déda, ele vai perder a reeleição. Por isso a preocupação dele em ir para uma eleição, pela primeira vez, sem ter o discurso do legado de Déda e de toda uma estrutura partidária por trás dele”, disse Valadares.
Ainda segundo o ex-deputado, com esse receio, Edvaldo transformou a PMA num “toma lá dá cá”, para unir o maior número de partidos possíveis – e tem feito esse apelo ao PT para que não deixe a aliança, justamente porque ele não sabe enfrentar e eleição sem a defesa desse legado, sem se colocar como representante desse legado.
“O que não é. O próprio Silvio Santos registrou, por esses dias, que prefeito rasgou o projeto de governo e as relações históricas com movimentos importantes da cidade e com o próprio objetivo central que sempre teve Déda, por exemplo, enquanto esteve na Prefeitura de Aracaju, de cuidar das pessoas que mais precisam, e de respeitar as reivindicações dos servidores e outros fatores. Ele está muito preocupado em ter uma estratégia completamente diferente da que teve nos últimos pleitos”, afirma Valadares Filho.