Por Joedson Telles
Parece uma piada de mau gosto: o governo do Estado pode não pagar os salários dos servidores públicos, do mês de outubro. Ou, no mínimo, terá que parcelar os vencimentos. Bom, ao menos é a leitura que se faz quando se leva em conta que o juiz Sérgio Fortuna de Mendonça deu ok a uma ação movida pelo Ministério Público Estadual e proibiu, em caráter liminar, ao Estado utilizar os depósitos judiciais e extrajudiciais. A notícia já circula na Internet e, por certo, estará nos jornais impressos amanhã cedinho.
Segundo o próprio governo, quando mandou o Projeto de Lei à Assembleia Legislativa pedindo autorização para usar a grana, mesmo contra a vontade dos donos, o dinheiro seria a solução única naquele momento para o pagamento da folha dos servidores. Outra parte serviria à previdência. Para voltar a segurar a boia de salvação, o governo terá que comprovar com documentos o cumprimento dos requisitos exigidos pela Lei Complementar Estadual nº 264/2015.
Lá vai o governo se explicar outra vez. Correr aqui e ali para dar satisfação ao Judiciário de cada passo do dinheiro. E eu pensando que a dor de cabeça do governo – é óbvio dos servidores públicos – estaria ausente, ao menos, até o começo do ano que vem. Que os tais depósitos judiciais garantiriam um Natal mais tranquilo aos que carregam a máquina nas costas…
…Só algumas perguntinhas básicas para terminar: se o governo tem como deixar tudo às claras para o Judiciário porque já não o fez? Estamos ou não na era da transparência – sobretudo quando se trata do dinheiro alheio? Se não tem o que falta? E se não conseguir? Como irá se virar nos 30 para não passar mais uma vergonha, parcelando ou deixando de pagar aos servidores? O fim de semana começa bom para os servidores públicos. O parcelado virou a sorte. Um “melhor que nada”.