Por Joedson Telles
Pré-candidata à Prefeitura de Aracaju pelo Cidadania, a delegada Danielle Garcia parece incomodada com a tese que, caso seja eleita, o senador Alessandro Vieira, líder do Cidadania, em Sergipe, e não ela, Danielle Garcia, ditará os rumos da gestão. Com a frase, “Alessandro mandará na prefeitura”, a possibilidade está sendo ventilada, sobretudo, nas redes sociais – e os adversários tratam de colocar gasolina nas chamas, óbvio.
Na noite desta quarta-feira, dia 9, a assessoria da pré-candidata divulgou um vídeo através do qual a própria Danielle Garcia, sorridente, nega qualquer possibilidade de ingerência numa suposta gestão sua à frente da PMA. O conteúdo do vídeo:
“Danielle Garcia é pré-candidata do povo; este, sim, será o meu patrão. Quem vai mandar na gestão não é Jair Messias Bolsonaro, nem Alessandro Vieira, nem o PT… O que precisa, onde precisa melhorar, o que precisa ser feito; é discutindo com as pessoas que a gente vai governar juntos. Esta é a pré-candidata Danielle Garcia, que vai estar aí, durante este período eleitoral, e que, com fé em Deus, em 2021, na gestão municipal de Aracaju”, diz a delegada.
Entrar na pilha… Sei não…. Penso que, por inexperiência ou estratégia equivocada, a pré-candidata Danielle Garcia, ao gravar um vídeo negando que Alessandro Vieira mandará na Prefeitura de Aracaju, caso ela seja eleita, pode dar mais força a tese que destruí-la.
Não parece ser o momento oportuno. Tampouco o lugar adequado. Num debate ou provocada por um jornalista, não digo nada. Mas de forma espontânea?
É tipo apelido pejorativo na infância: quando o garoto dar de ombros, logo logo, os demais esquecem, mas quando se irrita, pega ar, come corda, a zoeira dura, às vezes, pelo resto da vida.
Não tem jeito: mordeu a isca, os adversários continuarão afirmando que Alessandro Vieira mandará na gestão. E isso, além de enfraquecer a pré-candidata, por passar a ideia dela ser “laranja” do senador, transfere ainda mais a rejeição do senador, visível, principalmente, nas redes sociais.
Aliás, se ainda não o fez, a delegada Danielle Garcia precisa encomendar uma pesquisa para saber até que ponto a rejeição de Alessandro lhe perpassa. A depender do resultado, viverá o drama: esconde Alessandro ou arrisca “surpresas” desagradáveis.
P.S. Cito a rejeição de Alessandro como fato jornalístico. Mas confesso que não vejo motivo para o mega sentimento, se a questão for a que importa ao coletivo: o exercício do mandato. Óbvio que, assumiu qualquer cargo, o político se desgasta. Mas não vejo coerência quando ponho lado a lado o mandato e a rejeição de Alessandro.