Por Joedson Telles
O governador Belivaldo Chagas promete sentar à mesa, nesta terça-feira, dia 23, com o Comitê de Retomada da Economia e decidirem juntos quando o tal Plano de Retomada da Economia, finalmente, sairá do papel. Há uma carreta carregada de ferro a pesar nas costas do governador em forma de responsabilidade.
Basta lembrar que o próprio presidente Jair Bolsonaro – que tem a obrigação de dividir o peso da carga – arvora-se a ventilar que colocará no colo dos governadores a conta dos óbitos.
A propósito, há, até este ponto do percurso, quase 500 mortes e as vidas dos sergipanos em xeque, desde que o coronavírus circulou pela primeira vez neste pequeno solo abençoado. E tenham certeza: nem o crítico mais equilibrado gostaria de estar na pele do governador nesta batalha. Falar mal de fora é sempre menos descomplicado que colocar a mão na massa.
Na decisão que pode tomar no dia de hoje, Belivaldo terá que pesar o outro lado da moeda. Como é do conhecimento de todos, o novo coronavírus não está levando a óbito apenas diretamente pela covid-19. Por tabela, o vírus já matou também inúmeros empregos, negócios, dignidade, sonhos… Um comércio fechado é um comércio sem alma. Sem vida.
E se não foi possível salvarmos, até hoje, quase 500 vidas, pelo menos, tentemos salvar quem permanece vivo. E salvar aqui vai num contexto amplo. Não basta se livrar da contaminação ou ser curado da doença. Além de respirar, todos, sem exceção, têm necessidades que passam, necessariamente, pela retomada da economia. Seja necessidade de consumo ou de geração de receita.
Como já disse neste espaço, o caminho para que o problema que já grande não se torne ainda maior é a reabertura gradual da economia. Não é abrir de qualquer jeito. Mas permitir a chance de sobrevivência sob um manto de responsabilidades. Adoção de medidas de segurança, muita disciplina e fidelidade ao protocolo estabelecido. Eis o desafio a encarrar o governador.