Por Joedson Telles
O senador Alessandro Vieira (Cidadania), criticado pelo senador Rogério Carvalho (PT), por ter votado a favor da Medida Provisória que busca coibir fraudes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) explicou que não faz parte da bancada do Governo Federal, mas do grupo independente do Senado. “A bancada vota nas pautas de forma individual. Especificamente essa pauta da Medida Provisória tem como foco combater fraudes. A cada operação que existe de combate à fraude em um município existe uma média de 50% de fraude no benefício da aposentadoria rural. Foi necessário fazer um acordo com o governo para evitar determinados gargalos que pudessem prejudicar o trabalhador mais pobre e fizemos essa negociação. Não se fez acordo em termos de votação. Quem quer de fato cuidar da previdência e do trabalhador mais pobre está preocupado em apresentar propostas”, disse Alessandro.
O senador observou que, recentemente, apresentou, em parceria com alguns deputados estaduais que fazem parte do Movimento Acredito, emendas à proposta da Reforma da Previdência – e, especificamente em relação ao trabalhador rural, apresentou emenda supressiva porque entende que a aposentadoria rural tem um caráter muito mais assistencial. “Eu respeito opiniões daqueles que, hoje, investem no discurso que é muito mais político do que prático, mas tem que ter clareza. Tem gente que defende combate à fraude e tem gente que defende a estrutura de sindicatos e marcar posição contra o governo de plantão. A gente vai continuar fazendo um trabalho independente, sólido, ouvindo os técnicos, constituindo soluções. O Brasil precisa avançar”, disse Alessandro.
De acordo com ele, a MP cria uma sistemática parecida com a do imposto de renda, tornando possível a autodeclaração. “É um sistema mais inclusivo. O sistema que estava em vigência anteriormente dava um poder maior aos sindicatos. Se a preocupação é defender o cidadão, a Medida Provisória não vai atingir nada. Se a preocupação for defender os sindicatos, aí sim, há uma redução de poder desse grupo que em alguns casos tinha mais uma conotação política do que representante de uma categoria de trabalhadores. É preciso garantir que o cidadão tenha cada vez mais serviço público de qualidade, mais transparência e redução de fraudes. Isso garante que na negociação da PEC da Previdência se possa apresentar sugestões que reduzam o impacto fiscal”.
Alessandro, por fim, afirmou que, em nenhum momento, disse que o senador Rogério Carvalho defende a corrupção. “Não sei de onde ele tirou isso. Eu não faço parte dessa polarização. A gente tem conversado com muita tranquilidade com os colegas que são do Partido dos Trabalhadores. Efetivamente, não tenho a experiência política que tem Rogério Carvalho. Se ele fala que governos não cumprem acordos com parlamento, ele deve saber o que está falando porque o governo dele esteve no poder durante 16 anos. Eu tenho defendido e acho que estou correto: temos que acreditar nas pessoas até o momento que elas provém o contrário. O governo só tem cinco meses. Estamos fazendo um trabalho com muita sobriedade. Nosso diálogo é muito transparente. É uma visão que precisamos combater a fraude sem que isso represente criminalização de alguém. É um caminho de construção. Quem tiver apostando na corrupção o tempo vai mostrar onde está a razão, como bem disse Rogério”, finalizou.
Com informações da FM Jornal
