Por Joedson Telles
Nesta terça-feira, dia 29, o deputado estadual Zezinho Guimarães (PMDB) ironizou a ideia de o Estado passar imóveis próprios para o Finanprev que, orçados pela Caixa Econômica Federal, cheguem ao valor R$ 300 milhões, como forma de resolver o problema da previdência. O deputado não citou nomes, mas a sugestão foi dada pelo também deputado estadual Gilmar Carvalho (Sem Partido).
“Fala-se em R$ 300 milhões capitalizados. O problema já está em R$ 1,2 bilhão. Essas soluções mágicas não existem. A gente está fazendo uma fusão para trazer R$ 600 milhões do fundo novo e não vai resolver. Isso é um paliativo para os próximos meses. O Estado tem que fazer muita coisa, mas precisa de R$ 120 milhões por mês hoje. Não adianta enganar o povo. Não estou querendo criticar ninguém, mas temos que falar a verdade para o povo. Não é possível só de gogó resolver. Peguem os imóveis todos e entregue para ver se resolve? Venda o Batistão ou o Palácio do Governo”, disse.
Zezinho disse ainda que não tem a pretensão de não ser criticado pelo que diz, mas fala o que pensa e procura dizer a verdade. “Eu não faço como alguns que são verdadeiros deputados Posto Ipiranga, que resolvem tudo. A fusão é necessária, mas não é o suficiente. Fora disso, é jogar pra platéia e isso eu não faço. Eu não finjo ser um homem do povo. Eu quero estar ao lado do povo, mas eu não sou populista para estar fazendo medidas e estudos. O que resolve é dinheiro. Eu não mando recado pra ninguém. Estou dizendo que só resolve o problema com dinheiro. Qual a maior garantia que o Estado pode dar? O tesouro”, assegurou.
Zezinho explicou que não trata como vantagem ou desvantagem a questão da fusão dos dois fundos. Mas vê como essencial para que o governo possa, num horizonte de um ano, minimizar o problema dos 30 mil aposentados. “O problema é que, ao longo dos últimos 30 anos, se formou uma massa de trabalhadores que deve estar em torno de 60 mil pessoas e, simplesmente, não fizeram o fundo previdenciário para responder no momento das aposentadorias”, disse o deputado.
De acordo com Zezinho, num futuro próximo, mais ou menos em 10 anos, serão mais de 40 mil servidores aposentados, o que significa uma cifra astronômica. “Uma das poucas garantias que o governo está dando é assumindo a responsabilidade como patrocinador entregando o que sobra ou o que tem do tesouro do Estado. Eu não vejo nenhuma medida capaz de capitalizar. O governo pretende que a Casa tenha consciência do problema que é sério, que não foi construído por ele (Jackson). Os poderes precisam sentar-se à mesa para encontrar uma solução. Não tem outra saída: precisamos melhorar a receita corrente líquida”, explicou.