O tema “Reforma Política” foi a pauta do I Encontro Estadual de presidentes de Câmaras Municipais que a Câmara de Aracaju promoveu na manhã desta sexta-feira, dia 20, no Hotel Aquarius. Além de vários vereadores sergipanos, estiveram debatendo o tema os três senadores sergipanos, Antônio Carlos Valadares (PSB), Eduardo Amorim (PSC) e Maria do Carmo (DEM), deputados federais, como Laércio Oliveira (SDD), Jony Marcos (PRB) e Valadares Filho (PSB) e outros políticos, a exemplo do vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB).
Idealizador do evento, o presidente da CMA, o vereador Vinicius Porto (DEM) salientou que o tema já vem sendo votado no Congresso Nacional, mas os vereadores precisam participar dos debates. A intenção é fazer com que as discussões sejam ecoadas em Brasília pela bancada sergipana. “Um dos temas mais debatidos nas manifestações foi a reforma política. Portanto, não podemos deixar que este tema seja discutido e abordado (em Brasília) sem que tenhamos uma voz aqui dos vereadores. Senti que os deputados e senadores estão abertos para esta discussão. Não tenho dúvidas que vão aceitar sugestões dos vereadores, para que possam votar a matéria no Congresso Nacional”, disse Vinícius Porto.
O presidente da CMA salientou ser preciso discutir com os vereadores como será realizado o processo eleitoral vindouro. “Se vamos acabar com as coligações, se a eleição será distrital, se os mais votados serão os eleitos, se as eleições serão unificadas, de vereador a presidente da República, se será em 2018, em 2022? Tudo precisa ser discutido. O custo de uma eleição. O TSE informou em 2014, a União gastou em torno de R$ 550 milhões. Mas a União deixou de receber recursos, impostos da ordem de R$ 850 milhões. Ou seja, o custo total de uma campanha é de mais de R$ 1 bilhão. O Brasil não suporta mais. Precisamos unificar”, avalia Vinícius Porto, espelhando o sentimento da maioria dos parlamentares municipais sergipanos.
O deputado federal Laércio Oliveira (SDD) acredita que é possível levar as sugestões dos parlamentares municipais de Sergipe para serem discutidas em Brasília. “Estou convencido que a reforma vai acontecer. As discussões ainda são primárias. Estão ainda num ambiente de opiniões. Não tem nada concreto. A comissão tem trabalhado todas as semanas. É uma determinação do presidente da Câmara para que se conclua um relatório final de como acontecerão as eleições futuras. Este encontro serve para amadurecer as ideias. De concreto, acredito que vai existir a reforma política”, disse o deputado Laércio Oliveira.
Segundo o deputado federal Valadares Filho (PSB), discutir o tema com os vereadores é algo extremamente salutar – sobretudo num momento muito importante e difícil da vida pública brasileira. “Uma reforma política viria neste momento como uma satisfação à sociedade de que o Congresso Nacional está preocupado com os anseios das ruas. Vamos discutir temas e ouvir sugestões para que nós possamos sentir o que pensam os vereadores sobre o tema reforma política”, disse Valadares Filho.
Ex-deputado federal e vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB) citou como prova da necessidade da reforma política o que ele define como comercio de siglas partidárias. “Partidos que não tem representação popular nenhuma, às vezes, fazem coligação feliz. Por exemplo: em São Paulo, estes partidos fazem coligação com o partido de Tiririca que têm votos suficientes para eleger três ou quatro. Isso precisa acabar. Quem votou em Tiririca acaba elegendo uma pessoa completamente diferente. Aí o eleitor diz: ‘eu votei no meu candidato, ele teve 20 mil votos e não entrou. Outro entrou com 3 mil’” alertou Machado.
Foto: César de Oliveira