“Sergipe hoje sobrevive dos empréstimos que a Assembleia aprovou”, garante líder da oposição
Por Joedson Telles
O líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Venâncio Fonseca (PP), procurou responder em cima da bucha o juízo de valor emitido pelo governador Jackson Barreto (PMDB), que considerou, nesta quarta-feira 23, o discurso da oposição, pelo menos no tocante ao Projeto de Lei do ProRedes, “oco, barroco e rococó”. Venâncio afirma que a atual gestão do Governo do Estado não tem a menor condição de cobrar nada à Assembleia Legislativa em se tratando de aval para contrair empréstimo. E aponta um Estado quebrado pelas mãos dos governadores do PT e PMDB.
“Receberam o Governo do Estado devendo R$ 820 milhões, isso a gente somando as dívidas deixadas por todos os governos anteriores. E só este governo, hoje, já deve mais R$ 3 bilhões. Significa que a Assembleia Legislativa já aprovou para este governo mais de R$ 2 bilhões. Então, este governo não pode reclamar da Assembleia. Melhor dizendo: Sergipe hoje sobrevive dos empréstimos que a Assembleia aprovou. São dois anos sem corrigir o índice inflacionário. Pagando ainda o salário mínimo de 2012? Resumindo: este governo não tem moral para cobrar nada de ninguém. Não cumpre com suas obrigações e com o que a lei determina”, avalia Venãncio.
De acordo com Venâncio, o que Jackson chama de discurso rococó, na verdade, é ter zelo com o dinheiro público. “Não é discurso rococó, ultrapassado. Ao contrário: é um discurso cauteloso. Não queremos deixar que transformem Sergipe no vizinho estado de Alagoas. Hoje um estado totalmente endividado e com suas receitas comprometidas para o pagamento de dívidas contraídas. É um discurso cauteloso porque não queremos que o governo comprometa ainda mais o Fundo de Participação – como fez com o Proinveste. Temos o cuidado para que aqueles que destruíram o Estado não inviabilizem também o futuro com empréstimo. É muito bom tomar dinheiro para os futuros gestores pagar. Cinco gestores. Este governo não pagará um real, pois existe a carência”, observou.
Venâncio comparou a situação de Sergipe a uma gama de aposentados que vivem tomando dinheiro emprestado e comprometendo suas aposentadorias. “As financeiras fazem a propaganda, falam que os velhinhos têm capacidade de endividamento e eles vão tomando cada vez mais dinheiro quando menos esperam estão com toda a sua receita comprometida ao ponto de não ter condições de, ao final do mês, fazer a feira e nem comprar seus remédios pelo comprometimento com as parcelas do dinheiro que tomou emprestado”, disse.
O parlamentar da oposição comparou o Estado com uma residência, cuja responsabilidade de manter as finanças em ordem cabe ao chefe da família. “Nada mais nada menos que a nossa casa: se gastarmos mais do arrecadamos ficaremos em déficit. Então, o governo faça um choque de gestão. Enxugue a folha e reduza o número de secretarias, que tem mais que São Paulo. Tem que fazer o dever de casa para que possa ajustar sua arrecadação com sua despesa, para não ficar tomando essa ruma de dinheiro emprestado e endividando cada vez mais Sergipe, e sacrificando o servidor que está há dois anos sem sequer o índice inflacionário”, disse.