Por Joedson Telles
Um tanto distante dos holofotes, mas jamais da política, o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, precisa não apenas ser inteligente como também do conselho dos verdadeiros amigos – e são poucos neste terreno minado chamado política – para fazer a leitura correta do pleito de 2024, e não se permitir ao arrependimento, em 2026.
Refiro-me à decisão que Valmir terá que tomar no tocante às próximas eleições municipais. Valmir é o pré-candidato favorito, em Itabaiana, e não poderia ser diferente, já que administrou bem o município, e o aliado e atual prefeito, Adailton Sousa, faz também uma boa gestão. O “bom problema”, entretanto, é o mesmo Valmir ter seu nome bem avaliado também em outros municípios – inclusive Socorro e Aracaju.
Optar por tentar retornar à Prefeitura de Itabaiana, evidentemente, soa o caminho mais fácil. Natural. Todavia, em conseguindo êxito, seria o melhor, para suas pretensões maiores, a saber uma pré-candidatura ao Governo do Estado, em 2026?
Suponho que, depois da frustração de liderar quase todas as pesquisas para governador, em 2022, mas não poder ser candidato, Valmir tem ciência de que, se quer mesmo anunciar uma nova pré-candidatura ao Governo do Estado, não pode se permitir ao luxo de abrir mão de forças políticas.
Dito de outra forma: acredito que Valmir tem discernimento de que é importante não apenas ele estar como prefeito como também ter o maior número de aliados na mesma posição. E, obviamente, se ele optar por Itabaiana, pode estar abrindo mão da possibilidade de ter um aliado em uma prefeitura para ter um adversário ocupando uma outra prefeitura que poderia ter ele, Valmir, como prefeito.
É uma decisão difícil. Beira trocar o certo pelo duvidoso. As chances maiores de uma vitória de Valmir sempre repousarão nas eleições de Itabaiana. Ninguém tem a menor dúvida.
Entretanto, se quer, de fato, assumir o protagonismo na oposição, se quer chegar ao ano de 2026 sendo a maior referência não governista, e ainda levar ao pleito o sentimento que o eleitor demonstrou, em 2022, Valmir, creio, precisa correr riscos em nome de fortalecer seu projeto maior.
Insisto: um possível cenário com Valmir tendo um aliado fiel pré-candidato à Prefeitura de Itabaiana e ele, Valmir, sendo pré-candidato em outro município é bem diferente dele optar por Itabaiana e um adversário ser eleito prefeito de um município cujo eleitor, mediante pesquisas, demonstrou que lhe abraçaria.
Resumindo: Valmir terá que escolher se leva adiante a sua pré-candidatura a prefeito de Itabaiana ou se aposta numa pré-candidatura de Adailton a reeleição, e parte para outro município, fortalecendo seu projeto para 2026. É tipo xadrez: requer inteligência e análise, para chegar ao xeque mate.
