Por Joedson Telles
Não passa do que o jargão político define como “balão de ensaio” essa história de pré-candidatura do senador Antônio Carlos Valadares (PSB) ao governo do Estado, exceto ele consiga furar a fila, passar a perna em Jackson Barreto e Eduardo Amorim e arrastar o prefeito João Alves, o vice José Carlos Machado e a senadora Maria do Carmo para o seu palanque.
Sem este apoio direitista, e tendo Eduardo e Jackson como adversários, e ainda a possibilidade de o próprio João Alves se lançar, a anunciada pré-candidatura socialista já nasceria sepultada. Sequer seria possível montar uma chapa 100% notória ao eleitor.
Não que falte ao senador Antônio Carlos Valadares condições para encabeçar uma chapa competitiva ou mesmo para governar o Estado. Já o fez, aliás. O problema é que uma candidatura majoritária é uma candidatura de grupo. Não se sustenta como carreira solo.
Um exemplo foi a lapada que tomou o ex-governador Albano Franco, ao tentar o Senado de forma solitária, em 2010. E quando se olha o tamanho do grupo do senador Eduardo Amorim e o do próprio Jackson Barreto se tem ideia do problema que Valadares estaria a avocar para si.
Aliás, como é que o argumento utilizado pelo PSB Nacional é um palanque forte para o presidenciável Eduardo Campos e cogita-se uma candidatura de Valadares isolada? Quem seria o vice? Quem seria o candidato ao Senado? Os federais, além de Valadares Filho? Quem estaria no palanque para recepcionar Eduardo Campos com consagrada densidade eleitoral? Só pai e filho e, sem desmerecer, meia dúzia de gente sem expressão, quando o assunto é voto? A ideia seria só fazer números? Evidente que a história política de Valadares e a promissora de Valadares Filho não mereceriam tal constrangimento.
Na verdade, não é de hoje que insistimos neste espaço que o senador Antônio Carlos Valadares prepara sua saída do grupo governista. Tem conversado muito com João Alves. Sonha em ter o apoio para aí, sim, entrar na disputa com chances reais.
Todavia, Valadares, em não conseguindo realizar este sonho, cogita claramente apoiar João Alves ou segui-lo, caso este último opte pela pré-candidatura do senador Eduardo Amorim. E, evidente, em João optando por Jackson Barreto, o PSB teria na reaproximação do PSC dos Amorim seu único caminho para conseguir o sonhado palanque forte para Eduardo Campos.
Eis a tática do grande jogo, que ainda espera a instrução de um jogador que os demais elegeram como o principal do campeonato: João Alves Filho. No banco ou em campo, o Negão, a cada dia, parece mais imprescindível para ditar o resultado final.
P.S. Em tempo, Valadares deve ter ainda pesadelos frequentes: a possibilidade de João Alves só topar recepcionar em seu palanque o tucano Aécio Neves.