Por Joedson Telles
O PSB do senador Valadares, como nós jornalistas costumamos dizer e escrever, bate o pé: só oficializará sua posição em abril. Com sorte no final de março. Não adianta pressão. Todavia, não é tão difícil fazer a leitura do momento: com todas as pesquisas apontando o senador Valadares como o favorito do eleitor para ocupar uma das duas vagas abertas para Sergipe no Senado é praticamente impossível o PSB se contentar em apenas indicar o deputado federal Valadares Filho como pré-candidato a vice-governador numa suposta chapa tendo como pré-candidato a governador o senador Eduardo Amorim. Dito de outra forma: Valadares não se curva a André e pode tentar construir terceira via.
A ideia de gênio de oferecer a vice ao PSB, rifar e aposentar o senador Valadares, que, neste caso, passaria a ser, digamos, um cabo eleitoral de luxo dos sonhos do deputado André Moura em ser senador não vingou. Aliás, em se tratando de política, já nasceu morta.
E, assim, a oposição seguirá travada. A menos que André recue, algo que o próprio já disse que não vai rolar, Valadares está 99% fora do grupo. Não escrevo 100% porque não posso falar pelo senador…
Mas o internauta não está vendo logo que Valadares, com pesquisas motivadoras em mãos, favoritíssimo, com sua história política, ficha limpa não vai se submeter à vontade de André Moura? Servir de escada? Jamais. Não imagino o senador Valadares de joelhos para o líder André.
Valadares, certamente, toparia ficar no grupo da oposição e ir para o MMA. Ou seja, se são duas vagas de senador, a oposição pode muito bem lançar dois nomes e seja o que Deus quiser. O problema é saber se o líder André tem a mesma coragem. Pelo jeito, não. Só quer oferecer a vice… Nada feito…
… Paralelo a isso, emerge esta história de incentivarem uma pré-candidatura de Valadares Filho ao Governo do Estado. Bem nas pesquisas – e “aliados” e adversários sabem disso – Valadares Filho, obviamente, será fiel ao projeto abraçado pelo pai e, se for o caso, arrisco escrever que toparia, de pronto, entrar na disputa. Sabe que majoritária é grupo, mas reunindo uns cinco ou quatro partidos, garantindo um tempo considerável de TV estaria com o bloco na rua. Sem falar que muita gente poderia aderir à terceira via pela insatisfação com o atual grupo.
A base do líder André, por exemplo, como observou o deputado Fábio Mitidieri aqui no Universo, pode ser minada consideravelmente, caso os recursos prometidos não desembarquem em Sergipe antes do pleito. Até o momento, nas contas de Fábio, 80% nada. Só blá, blá, blá… E, logo logo, nem empenhar será mais possível…
Já a base eleitoral do senador Valadares parece bem mais sólida. Historicamente, aliás. Perder Valadares, definitivamente, seria (será?) um problemão para a oposição, que não tem substituto a altura. Alguma dúvida é só buscar os resultados das eleições que o senador participou para o Senado.