Por Joedson Telles
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) avaliou a nota emitida pelo PT, segundo ele, na verdade, pelo presidente da legenda, o deputado federal Rogério Carvalho, sobre a crise aberta no grupo liderado pelo governador Jackson Barreto (PMDB), depois da exoneração de Luciano Pimentel da Caixa, como “uma nota quiabo (escorregadia), sinuosa, e contemplativa”. Segundo Valadares, Rogério Carvalho não defende o deputado João Daniel, que fez as declarações contra Luciano Pimentel. Valadares esperava uma defesa na nota sobre as acusações que pesam contra Daniel no tocante “ao uso sistemático, através de ONGS sob seu comando, de recursos públicos federais em benefício de seus interesses eleitoreiros e financeiros”.
Através do seu Facebook, Valadares ratifica que o Congresso Nacional, “como afirmei, será acionado para investigar tais ONGS. A nota exime o grupo de Rogério e João Daniel de qualquer responsabilidade sobre a mudança na Caixa, que se deu em meio a um protesto demagógico e oportunista sob a orientação e o incentivo do líder do PT na Assembleia Legislativa João Daniel, com o beneplácito da atual direção do PT, a qual se elegeu impondo uma derrota a um homem como Déda, que primava pela ética e pela unidade da aliança que o apoiava”, diz.
Segundo Valadares, para justificar o equívoco das críticas à Caixa Econômica Federal, segundo ele, uma instituição bancária que tem o respeito e a estima dos sergipanos, o “novo” PT procurou se escorar até na oposição.
“Por outro lado, ainda posa de bom mocinho ao procurar “saber” da direção da Caixa a “verdadeira” razão da saída do superintendente, em face da repercussão negativa, perante a sociedade, da invasão injustificável da agência central por parte de cabos eleitorais do deputado João Daniel, e de seu discurso pronunciado na mesma hora na Assembléia e enviado a presidenta Dilma. Uma armação maquiavélica. Agora, querem dar também uma aparência meramente técnica à mudança, sem que houvesse qualquer interferência política”, afirma Valadares.
Valadares admite, entretanto, que a substituição de Pimentel na Caixa já era esperada pelo PSB. “E consideramos uma prerrogativa legítima da instituição para fazê-lo já que fixa período certo e determinado para permanência de seu superintendente. O que eu quero que fique bem claro, é que concordamos com a mudança, mas repudiamos, em nome do respeito ao profissionalismo e à ética política, o modo como foi feita. Luciano Pimentel já havia chegado a esse prazo, mas é preciso que se reconheça: colocou a Caixa de Sergipe como a 6ª mais importante do Brasil, entre as 84 superintendências existentes. Então, por que mesmo sabendo dessas regras imperativas, o PT moveu essa descabida e mentirosa campanha difamatória? Na verdade, querem que o PSB fique do lado deles, mas apenas como cordeirinho acomodado, humilhado e enfraquecido. Coisas de um PT ultrapassado e autoritário: o tamanho de cada partido é aquele que eles acham que deve ser”, diz.