Por Joedson Telles
O senador e candidato à reeleição Antônio Carlos Valadares (PSB) afirma, nesta entrevista que concedeu ao Universo, neste final de semana, que o discurso agressivo e populista do adversário Jackson Barreto (MDB) que atraia votos acabou. Segundo Valadares, os índices de rejeição reforçam a certeza que JB fez o pior governo em comparação com todos os outros governadores de Sergipe. Rechaçando a pecha de “golpista” que JB tenta emplacar, Valadares diz ainda que golpe mesmo é o que JB, enquanto governador, aplicou no povo sergipano. “Os desvios do Proinveste, acusando covardemente a Déda de ter zerado a conta do Estado, quando ele foi o único culpado; o atraso e parcelamento de servidores da ativa e aposentados e o saque dos fundos de previdência”, diz Valadares. A entrevista:
O que Sergipe pode esperar de mais um mandato seu no Senado Federal, caso consiga a reeleição?
Em todos os períodos de mandato como senador, procurei atuar sempre inovando, a cada ano, a minha atuação. Não fiquei apenas batendo na mesma tecla, pisando naquilo que é comum a todos os parlamentares: a liberação de verbas. Quem se der ao trabalho de pesquisar como foi a minha vida no Senado vai descobrir que eu sou o que um parlamentar é obrigado a ser: um legislador a serviço do Estado e do País. Nesses últimos oito anos, são quase mil proposições (Pecs, Pls, Reqs, Res, emendas, relatorias). São mais de 300 discursos, intervenções nos debates e apartes em plenário, sem falar naqueles que proferi nas comissões. Pretendo atuar na mesma linha, trabalhando intensamente para aperfeiçoar o nosso ordenamento jurídico nas áreas sociais, no direito penal, civil e do trabalho. Entre as minhas prioridades, a Reforma Política e a Reforma Tributária as mais decantadas nos últimos anos e nunca realizadas por conta de um Congresso leniente, que tem se preocupado mais com verbas e posições no governo do que com o essencial para assegurar um futuro melhor para a nossa gente. Com a Reforma Política estaremos a estancar a sucessão de escândalos que ensejam desvios de recursos públicos; com a Reforma Tributária (que dispensará a previdenciária) estaremos reduzindo a carga tributos que pesa nas contas do empresariado, e gera o desemprego. Acabar com as desonerações privilegiadas e apertar a sonegação. Regulamentar o artigo do Constituição que fala em taxação das grandes fortunas. Além disso, essa reforma poderá forçar uma distribuição equitativa do bolo tributário, conferindo aos Estados e aos Municípios uma participação mais justa no montante dos tributos diminuindo a concentração de recursos em poder da União. Excluir da Reforma Trabalhista (que eu votei contra) pontos que fragilizam a condição do trabalhador. O que se busca é o emprego, é a boa harmonia entre os dois polos da promoção do desenvolvimento, o trabalhador e o empregador. Em relação ao Estado de Sergipe e ao Nordeste, as nossas prioridades continuarão a ser a construção do Canal de Xingó, a reativação dos investimentos da Petrobras, a exploração do pré-sal na costa sergipana, a continuidade da Fafen, revitalização do Rio São Francisco, o prosseguimento das ações de revitalização dos perímetros irrigados do Baixo São Francisco, e apresentação de uma emenda de bancada impositiva no valor de R$ 220 milhões para a recuperação e reconstrução de nossas estradas.
Como o senhor avalia o comportamento do eleitor nesta fase da campanha?
O eleitor aos poucos está tomando consciência de que não pode cruzar os braços e omitir-se num momento em que estão em jogo os destinos do Estado e do País. Nessa eleição, os votos inválidos (nulos e brancos), a meu ver, ficarão bem próximos das últimas eleições.
Particularmente, no tocante ao seu grupo, como tem sido a recepção do eleitor?
A recepção tem sido calorosa e estimulante. Do jeito que vai, Valadares Filho tem boas chances de chegar ao 2º turno. Agora é continuar fazendo uma campanha propositiva, com firmeza e lealdade no debate, ir para bem próximo do povo pregando uma mensagem de esperança e fé no futuro que nos aguarda. A vitória virá, pelo que tenho visto em minhas andanças.
Mesmo sem uma gama de prefeitos ao seu lado e sem máquina administrativa, o senhor lidera as pesquisas para o Senado e Valadares Filho para o Governo do Estado. Como avalia isso, já que a história política prova a vantagem de ter máquina e apoio de líderes políticos?
Os meus adversários que têm a máquina e o dinheiro em seu favor avaliaram mal a autonomia e a capacidade de escolha do nosso eleitor. Agrupamentos e lideranças são importantes em qualquer eleição. Mais importante é ter serviços prestados, é juntar-se a boas companhias, é não ter medo de enfrentar os poderosos, é ter uma vida limpa e sem manchas, e é ter a confiança do povo. Estamos procurando seguir esse caminho, que pode ser o mais difícil, porém, é o que nos parece, estar em sintonia com o desejo do povo.
O candidato Jackson Barreto o critica, afirmando que o senhor apoiou o golpe contra a ex-presidente Dilma. Como avalia isso?
Jackson Barreto perdeu o bonde da história. O seu discurso agressivo e populista que atraia votos acabou. Fez o pior governo em comparação com todos os outros governadores de Sergipe. Os seus índices de rejeição reforçam essa certeza. Pra se eleger senador aceita com o maior descaramento o apoio de dois deputados “golpistas”, enquanto agride a quem não o apoia. Golpe mesmo é o que ele como governador aplicou no povo sergipano, a exemplo da inauguração fantasma do Centro de Nefrologia que foi manchete em todo o Brasil, e que lhe valeu uma ação do Ministério Público por ato de improbidade administrativa; os desvios do Proinveste, acusando covardemente a Déda de ter zerado a conta do Estado, quando ele foi o único culpado; o atraso e parcelamento de servidores da ativa e aposentados e o saque dos fundos de previdência. São alguns dos golpes de Jackson Barreto planejados e executados sem pena contra a nossa gente, em conluio com Belivaldo Chagas. Jackson Barreto e Belivaldo, depois das facadas e dos golpes desferidos contra os sergipanos deveriam recolher-se ao ostracismo voluntário e pedir perdão pelo que fizeram.
Este discurso do candidato André Moura pregando renovação atinge o senador Valadares?
Antes de trocar as pessoas por motivo de idade, a gente precisa votar em quem tem coragem de renovar as ideias, em alguém que se preocupa com a sua imagem e em fortalecer a sua conduta ética. Temos consciência de que a idade pode ser um reforço para melhorar a vida do povo, e não um estorvo para os que vão surgindo e injetando sangue novo na política. Durante toda a minha vida dei a minha contribuição para renovar. Farei isso enquanto tiver forças e participar da política. Em última análise, o político pode ajudar à renovação, mas quem promove o novo e tira o velho da política é alguém chamado povo, para quem tiro o meu chapéu.
Adversários tentam passar para o eleitor que Valadares Filho não tem experiência para ser governador. Como o PSB recebe este tipo de provocação?
Conheço muita gente experiente que levou o Estado à bancarrota. Administrar é, antes de tudo, bom senso. É ter discernimento e saber como escolher os melhores para auxiliá-lo em suas tarefas de governo. Valadares Filho, na Câmara Federal, em três mandatos de deputado, exercitou com muita habilidade a arte de como se portar na presidência de comissões importantes da Casa, de como ter firmeza em agir e votar nas horas decisivas. Além disso, se preparou com muita aplicação e devotamento ao estudo sobre a governança, ao enfrentamento de questões mais complexas que podem abalar as estruturas, e como resolvê-las, criando um ambiente positivo de credibilidade, sem a qual cai a eficiência da gestão, e sem a qual fogem investidores e os empregos. A sua natureza equilibrada e desenvolta o ajudará na montagem de um governo sério e realizador.
Com quais políticos o PSB jamais faria aliança no segundo turno e por quê?
Ainda não chegamos ao 2º turno. Se chegarmos ao 2º turno nada será feito por Valadares Filho na base do imediatismo, do rancor, e do mero interesse eleitoral em ganhar, sem uma avaliação criteriosa sobre as companhias que devem subir no nosso palanque. Não vamos antecipar resultados nem decisões sobre possíveis apoios. As nossas diferenças serão resolvidas nas urnas através do pronunciamento legítimo do eleitorado a quem cabe decidir sobre quem deve governar e quais as posições mais seguras e coerentes a serem adotadas no futuro.
A declaração de apoio de Fábio Henrique ao candidato André Moura já foi superada pelo PSB? No meio político, a dúvida não morreu. Como avalia isso?
Esse assunto pra mim já está superado.
As pesquisas que estão sendo divulgadas refletem o que o senhor vê nas ruas?
Prefiro esperar mais algum tempo para emitir uma opinião mais abalizada. Claro que eu gosto quando colocam Valadares Filho à frente em todas as pesquisas. Sinal que existe algo de novo acontecendo no horizonte de Sergipe D’El Rei, onde, políticos de duas forças poderosas podem ser vencidos por quem, segundo eles mesmos propagavam, não tem grupo nem “estrutura”. Se essa vitória se confirmar será um ponto fora da curva em todas as eleições disputadas no Estado de Sergipe, abrindo uma página nova e diferente na nossa história, mostrando que o povo quando quer, não há quem possa esmagar a sua vontade.
