Por Joedson Telles
Na noite desta quinta-feira 30, condicionando comentar o vazamento do depoimento prestado pelo ex-deputado Mundinho da Comase (PSL) à Polícia Civil, e, posteriormente, ao Ministério Público do Estado, a não revelação do seu nome, uma das pessoas citadas pelo ex-deputado preso como participante do que a polícia define como um esquema de corrupção envolvendo verbas de subvenção da Assembleia Legislativa, legislatura 2011/2014, afirmou não ter dúvida que o depoimento não terá valor jurídico por conta da forma como a delação premiada aconteceu. “Será anulado”, acredita.
“Já ganhei tudo na Justiça, mas só falo (identificando-se) quando meus advogados autorizarem. Agora, toda vez que uma delação é divulgada de forma irresponsável, sem ter sido homologada, é sempre anulada. Não pode. A TV Sergipe não poderia divulgar. Tenho certeza que não foi da maneira que ele (Mundinho) disse. Conheço todos os colegas e sei que Mundinho está sobre pressão”, disse.
Ainda de acordo com um dos citados por Mundinho, a família do ex-deputado preso ficou revoltada com a linha de defesa adotada pelo advogado Walter Gomes Neto, e já providenciou a troca por outro em clima nada amistoso.
“É uma delação que já começa complicada. Não terá valor. O advogado da família de Mundinho é chamado de João Góes, mas ele não assinou a delação. A delação tem que ser uma coisa voluntária. Não pode ser coagido (o depoente)”, disse, dando a entender que houve uma armação para prejudicar os citados.
Nesta quinta-feira, a família de Mundinho, após afastar Walter do caso, contratou o criminalista Emmanuel Cacho que já entrou com um habeas corpus tentando a soltura de Mundinho. Cacho não confirmou se pegará o caso, mas admitiu que entrou, sim, com o habeas corpus em favor de Mundinho.