“Se não fosse Valadares, Jackson já tinha sido governador muito antes”, diz
O ex-prefeito de Capela, Manoel Sukita, afirmou, na noite desta segunda-feira 23, que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) o colocou na prisão e deu o aval para que o PSB falsificasse documentos para destruir sua vida política. Referindo-se ao comportamento do senador, Sukita avalia que, quando um líder passa a não ter mais projeto, se transforma em oportunista – e argumenta que o comportamento, segundo ele, maléfico do senador já atingiu vários aliados políticos: o saudoso ex-deputado federal Pedrinho Valadares, a deputada estadual Maria Mendonça (PP), o deputado federal Adelson Barreto (PTB) e a ex-deputada, hoje, conselheira do Tribunal de Contas de Sergipe, Suzana Azevedo, todos ex-filiados ao PSB.
“Fez com todos, mas comigo passou da conta. Faz com todas as pessoas queridas pelo povo. É algo a ser estudado, porque ele faz isso. Jackson Barreto foi vítima de Valadares também, e pegou um atraso de 20 anos. Respondeu processos injustamente capitaneados por Jorge Rabelo, que sempre foi o dragão de Valadares. Jackson sofreu, penou. Foi humilhado porque era líder popular. Valadares não aceita liderança. Ou se vende a ele ou ele bota para torar. Se não fosse Valadares, Jackson Barreto já tinha sido governador muito antes. Eu tenho medo que mande me matar. Você não tem sossego. Se coloque no meu lugar… Qual o objetivo de Valadares e seus amigos de estarem nessa peregrinação desgraçada, a fim de acabar minha carreira política? O sentimento é maléfico. É de inveja. Medo de ocupação de espaço. É covardia”, definiu Sukita.
Deputado estadual eleito, lutando na Justiça para assumir o mandato, Sukita afirmou que 33 mil votos que recebeu não podem ser arquivados como se fossem cachos de bananas. “Ninguém vai se conformar em ter a eleição jogada numa lata do lixo por um documento fraudado por três pessoas que agem para sociedade como bons moços, mas, na prática, agem de forma marginal”, desabafou Sukita, referindo-se a José Carlos Felizola Filho, Paulo Viana e Jorge Rabelo, que são ligados ao PSB. “Eles jamais fariam nada sem o consentimento do senador Valadares, presidente de honra do partido. A forma atabalhoada, desonesta, é para mostrar serviço a quem manda. Mas estão brincando com as pessoas. Com um documento falsificado acabar com a carreira política de um cidadão? Estes caras me colocaram na prisão, me humilharam, desmoralizaram, fizeram o diabo comigo. Baixei minha cabeça, disputei minha eleição e consegui vencer. Achando pouco, falsificaram o documento”, lamentou.
Segundo Sukita, o senador Antônio Carlos Valadares também foi personagem no episódio da sua prisão, no ano passado, antes das eleições. “Atribuo a Valadares e ao prefeito de Capela (Ezequiel Leite). Veja bem: está claro. Para bom entendedor, um pingo é letra. Como é que acontece tudo comigo de forma avassaladora, destruíram minha vida e meu amigo que era Valadares, um pai para mim, em vez de colocar a equipe jurídica para me defender botou para falsificar documentos? Então, você pode entender o quê? São dois documentos falsificados. Isso tem que ser apurado. Fizeram de forma covarde, enquanto eu estava preso. E depois a prisão foi considerada ilegal”, disse.
Ao comentar a nota que o PSB enviou às redações dos blogs, jornais e sites, nesta segunda-feira 23, Sukita afirmou que, sob a batuta do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), José Carlos Felizola Filho, Paulo Viana e Jorge Rabelo estão conseguindo enganar o Poder Judiciário. Sukita explicou que já recorreu da decisão e voltou a assegurar que o PSB falsificou, sim, sua assinatura. “Como é que o PSB falsifica minha assinatura, a carta de renúncia, faz um trambique, tira o sonho de mais de 33 mil sergipanos, hoje a Assembleia está sem um dos seus 24 legítimos representantes do povo, devido um documento falsificado pelo meu ex-partido? Tem que apurar e não arquivar. Eles falsificaram o documento, contrataram a perícia e trabalham para a não análise judicial do processo. Porque eu não fui ouvido. Entrei com a queixa crime, mas não fui ouvido”, lamentou Sukita. “O PSB empurrou goela abaixo um documento fraudado. Enganando a todos. Eu nunca assinei documento nenhum.”
Segundo Sukita, a mando do senador Valadares, Jorge, Paulo e Felizola entraram com uma carta de renúncia da sua candidatura a deputado estadual no Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE) sem o reconhecimento em firma. Ou seja, nenhum cartório reconheceu que a assinatura no documento era dele, Sukita. “Não reconheceram porque o documento era falso. Eles fizeram a minha renúncia usando testemunhas. Não conseguiu reconhecer porque era falsa. E as testemunhas, nunca me reunir com elas. A Polícia Federal e a Polícia Civil já deram uma certidão mostrando que estes rapazes nunca estiveram comigo. Como pode você preso construir uma renúncia sem se reunir com esse pessoal?”, insiste na indagação Sukita. “Meu advogado (Emanuel Cacho) já tomou providências. Vamos esperar pela Justiça. É primeira instância. Que a Justiça determine um perito.” Universo, além de publicar o material do PSB, tentou ouvir Valadares e continuará tentando, nesta terça-feira 24. Também está à disposição da assessoria para publicar a versão do senador.