Por Gentil Melo
A sociedade brasileira assiste atônita aos noticiários que veiculam o processo de crise que se instalou no país. Obviamente que uma crise dessa magnitude não foi gerada somente dentro do governo e nem também em um só governo.
Várias são as instituições sociais de caráter público e privado que estão envolvidas, que, seguramente, permeiam as estruturas do Estado para se beneficiarem dos aparatos legais e administrativos, visando adquirir escopo de legalidade para gozarem de certos privilégios.
A crise que ora se avoluma em dimensões incalculável e irrefreável afeta a vida dos brasileiros em todas as suas dimensões, gerando sentimentos de apatia, desconfiança, descrédito, tudo isso combinado com a falta de perspectivas em relação aos serviços e oportunidades que o Estado mergulhado em corrupção e desmandos administrativos pode oferecer à sociedade.
Podemos conceber essa crise como “moral”, porque os valores de uma sociedade que possui caráter normativo, enquanto padrão moral, estão sendo corrompidos. É também “ética” por que se contata a falta de caráter e de condutas compatíveis com a gestão da coisa pública e “política” devido a ineficiência e o processo de esgotamento das funções vitais do sistema político brasileiro.
Gentil Melo é servidor público e acadêmico de Ciências Contábeis