Por Joedson Telles
Os políticos sergipanos, independente de partidos, posições ideológicas ou quaisquer critérios imagináveis, precisam aprender a não aceitar de cabeça baixa, calados e inertes a experiência negativa de ser censurado em um veículo de comunicação. Seja qual for e por quem for.
Um político – assim como quaisquer cidadão – não pode se permitir à mordaça. A manifestação do pensamento deixou de ser livre? Não mesmo. Cassaram o chamado direito de resposta e sequer houve aviso prévio? Mentira. Jamais. Então? O que justifica se curvar à censura?
Sobretudo quando uma pessoa tem seu nome citado num espaço jornalístico, o direito de resposta precisa ser sagrado. A censura nunca deve existir e ponto final. E se fosse para existir só seria admitida num jornal, numa revista, num site, num blog. Nos espaços privados. O rádio, assim como a TV, funciona mediante uma concessão pública. Não pode ser partidário. Jamais censurar político “A” para agradar político “B”.
Ao vencer um processo licitatório para ter direito a uma TV ou uma rádio, o empresário brasileiro se compromete a cumprir regras no tocante ao conteúdo que levará ao telespectador, ao ouvinte. Isso justamente com objetivo de assegurar a diversidade da sociedade. A pluralidade.
O público é heterogêneo. Os veículos têm a obrigação de respeitar esta realidade na prática. E o Ministério das Comunicações, por sua vez, precisa apertar a fiscalização, combatendo a censura, entre outros desvios.
Se em veículos cujos proprietários são os donos com todas as letras, independente de concessão pública, jornalismo partidário já é o fim da picada, deve ser descartado, combatido, imagine no rádio? Na TV? Chega a ser imoral.
Passa da hora de se criar em Sergipe a cultura de buscar o caminho da Justiça para se ter assegurado o direito de reposta. Só o jornalismo de lixo vela a censura. Uma sociedade que se permite ser censurada é uma sociedade embrutecida.
Será sempre uma página triste da história precisar garantir o bom jornalismo pelas vias do Poder Judiciário, mas, infelizmente, às vezes, é o único caminho. Busque-se, então.