As manifestações que levaram às ruas, na última sexta-feira, dia 10, milhares de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros do campo e da cidade foram destacadas pelo deputado federal João Daniel (PT/SE), em discurso realizado na sessão desta terça-feira, dia 14, na Câmara. O parlamentar lembrou que os atos realizados em vários estados do país tiveram como objetivo a defesa da democracia, para que se respeite o voto legítimo da população brasileira que, através de 54 milhões de eleitores, reconduziu Dilma Rousseff à Presidência da República.
Para João Daniel, somente as ruas e as mobilizações mudarão os destinos da atual conjuntura política no Brasil. “Quero saudar o povo sergipano – milhares de pessoas, entre artistas, intelectuais, movimentos sociais, sindical, popular e juventude – que, mais uma vez, foram às ruas, concentrando-se na praça General Valadão, num grande ato em defesa da democracia — contra o golpe; Fora, Temer! — e na construção de uma das coisas mais bonitas que tem ocorrido nos últimos tempos: a unidade popular”, destacou.
Os atos da última sexta-feira, organizados pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, aconteceram em, ao menos, 19 estados e no Distrito Federal. Este foi o primeiro ato nacional contra Temer e marca um mês de sua chegada por meio do golpe à Presidência. A manifestação realizada em Aracaju contou com apresentações culturais e manifestações políticas.
João Daniel registrou ainda que, na capital sergipana, durante a semana passada aconteceu também a ocupação da sede da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) por camponeses e camponesas do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento Quilombola. “As manifestações têm sido constantes ao longo do governo Temer, demonstrando a insatisfação da população sobre a gestão, que tem sido repleta de denúncias de corrupção e uma constante retirada de direitos da classe trabalhadora”, disse.
Na avaliação do parlamentar, as mobilizações denunciam a ilegitimidade do governo interino – cujo processo é considerado um golpe – e o desmonte de diversos direitos sociais e trabalhistas, como a reforma da Previdência, arrocho nos direitos dos trabalhadores, desvinculação do orçamento da educação e saúde, suspensão de programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, FIES, Prouni e Pronatec, criminalização e perseguição dos movimentos sociais, como diz trecho da nota de convocação dos atos.
Enviado pela assessoria