“Nada justifica a ação deste policial. A liberdade de imprensa é sagrada”, diz João Batista
Por Joedson Telles
A direção do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor) esteve, na tarde desta quarta-feira 4, nos gabinetes do secretário adjunto de Estado da Segurança Pública, João Batista, e da corregedora da Polícia Civil, Teonice Alexandre. Em pauta, a violência praticada contra uma equipe de jornalismo do portal Infonet, que acusa o policial civil de pré-nome Raimundo de ter não apenas feito ameaças de morte como também se apropriado de celulares e de uma máquina fotográfica e danificado os equipamentos.
Diante da gravidade dos fatos, que aconteceu em Salgado, na última terça-feira 3, o Sindijor reforçou o Boletim de Ocorrência prestado pela equipe da Infonet para que a impunidade não seja a resposta. De acordo com João Batista e Teonice, o policial Raimundo já foi afastado e foi obrigado a entregar a arma na Corregedoria de Polícia. Os delegados asseguraram ainda que a ordem do secretário João Eloy é apurar tudo no rigor da lei.
Apesar de o episódio ter acontecido em Salgado, onde o secretário de Segurança Pública João Eloy tem uma propriedade, e a Infonet tentava fazer uma matéria sobre o caso do seu enteado, Ítalo Bruno Fonseca, João Batista assegurou que o policial agiu à revelia. Ou seja, o secretário João Eloy não o orientou a agir de forma violenta contra a imprensa.
O Sindijor avalia que, mesmo a polícia sergipana não tendo histórico de impedir o trabalho da imprensa com violência, o caso, mesmo isolado, não pode ficar impune. Isso não apenas pela intimidação feita à equipe da Infonet, mas também para que não se crie um precedente e outros casos idênticos sejam registrados. O Sindijor estará acompanhando tudo de perto.
“Nada justifica a ação deste policial. A liberdade de imprensa também é sagrada para nos da polícia, até porque temos uma relação muito boa com vocês. E por conta da gravidade, vamos fazer tudo o mais rápido possível. O policial viu a besteira que fez e se apresentou espontaneamente. E já foi afastado das suas atividades. E vai responder. É um policial lotado na Delegacia de Salgado e reside em Salgado. Vai ser instaurado o inquérito policial e o procedimento disciplinar. Ele também se colocou na posição de ressarcir todos os danos causados: uma máquina fotográfica e dois celulares”, disse João Batista.