“A mídia jamis deve incitar o ódio, a intolerância, o preconceito, o racismo e a violêincia”
Nesta quarta-feira, dia 21, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe (Sindijor/SE) emitiu uma nota pública reprovando e repudiando um comentário feito pelo jornalista Carlos Batalha. No programa que apresenta na TV Atalaia, que foi ao ar na última segunda-feira, dia 19, Carlos Batalha criticou duramente a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada a tiros, na noite da última quarta-feira dia 14, no Rio de Janeiro. Na nota, o Sindijor enfatiza que Carlos Batalha se baseou em notícias falsas e associou a falecida vereadora ao Comando Vermelho e ao tráfico de drogas.
“Os senhores sabiam que existem denúncias consistentes já, uma destas denúncias feitas por uma desembargadora do Rio de Janeiro, falando do envolvimento da vereadora Marielle com o Comando Vermelho, com o tráfico de drogas, com Marcinho VP (líder do Comando Vermelho), um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro? E essa moça, agora, virou santa? Pelo amor de Deus”, comentou o jornalista Carlos Batalha para indignação do Psol de Sergipe. “O nome disso é difamação. Não deixaremos barato”, lê-se na página do partido em uma rede social.
“Fake News”
As informações ventiladas por Carlos Batalha, porém, são falsas – “fake news”. Desde que foi assassinada, aliás, a vereadora Marielle, que tinha um importante trabalho social, passou a ser alvo de inúmeras notícias falsas indo de encontro à sua honra. Sua família, os amigos e o Psol, contudo, prometem levar cada responsável à Justiça em nome da memória de Merielle.
Código de Ética
O Sindijor ressalta na nota que o Artigo 4º do Código de Ética Nacional do Jornalismo salienta que o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, além de pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação. “Lamentamos que um jornalista experiente como Carlos Batalha não tenha se preocupado com a devida apuração da notícia, permitindo-se fazer um comentário sobre um assunto enraizado de inverdades. A mídia deve ser um instrumento de proclamação do bem e da verdade, jamais para incitar o ódio, a intolerância, o preconceito, o racismo e a violência”, lê-se na nota do Sindijor.
Ainda na nota, o Sindijor enfatiza que não comunga com a opinião do jornalista Carlos Batalha. A entidade que representa os jornalistas e o jornalismo de Sergipe classificou o comentário como infeliz. “A memória, a família, os amigos, o legado, a luta social da vereadora, covardemente assassinada, merecem todo o respeito, independentemente de ideologia política. A liberdade de imprensa é uma conquista sagrada e inalienável para os jornalistas, mas essa mesma liberdade deve estar associada à verdade dos fatos e à responsabilidade profissional”, diz a nota.
Do Universo, com informações do Sindijor/SE