Por Joedson Telles
Ex-vice-prefeito de Aracaju, o petista Silvio Santos revelou ao Universo, na noite deste domingo 29, que está colocando o seu nome à disposição do partido para disputar a eleição para prefeito de Aracaju, em 2020. Segundo ele, na véspera do Natal, um grupo de dirigentes e lideranças do PT o procurou com um documento com centenas de assinaturas de outros filiados petistas conclamando-o para assumir a tarefa de lançar seu nome. “Era, segundo eles, um reconhecimento pelo fato de que eu era a única voz, até então, a ter uma posição pública de rompimento com a atual gestão e com uma candidatura própria. Eles me pediram autorização para divulgar o manifesto lançando meu nome. Eu respondi que considerava o nome Márcio Macedo, que era o nome que vinha se insinuando para assumir essa tarefa e que esperava que ele tomasse uma decisão definitiva em relação à sua candidatura e a saída do governo nesses próximos dias e garanti ao grupo que o PT teria candidato de qualquer jeito. Que se Márcio não se decidisse eles poderiam contar comigo”, explica Silvio Santos. A entrevista:
O PT está demorando a tomar uma decisão sobre o pleito de Aracaju?
Eu entendo que sim. Há uma insatisfação latente em nossa base social, entre os nossos filiados e até entre os dirigentes do partido em relação à forma como Edvaldo administra a cidade nessa gestão. Essa insatisfação e a demora na decisão já vem se transformando em ansiedade na nossa militância. Nós fomos fiadores de Edvaldo na prefeitura desde o momento em que ele estava sozinho e ninguém acenava pra ele. Construímos com ele um programa baseado em valores progressistas, com forte enfoque no diálogo social e de matiz democrático popular que o levou a ganhar a eleição, em 2016. Depois de eleito, Edvaldo não só abandonou esse programa, optando por uma gestão baseada em políticas neoliberais, como privatizações na saúde e total desconsideração aos trabalhadores servidores públicos do município, como colocou a PMA a serviço do setor imobiliário e de outros seguimentos empresariais em detrimento dos interesses populares. De quebra ainda tratou de secundarizar o PT tratando-o como um aliado indesejável. Em 2016, nós tínhamos em Eliane Aquino um nome melhor avaliado nas pesquisas e entre os aliados do que Edvaldo e, mesmo assim, o PT, mais uma vez, abriu mão da cabeça da chapa para compor com ele. Eliane como vice de Edvaldo contribuiu substancialmente para a vitória, portanto o PT não era um simples aliado, era protagonista. Por isso não vejo nenhuma razão política para continuar apoiando Edvaldo em 2020.
Romper com Edvaldo, então, é o melhor caminho?
Não tenho dúvidas. O modelo de gestão de Edvaldo não nos contempla. Continuar com Edvaldo é corrermos o risco de nos confundirmos com um modelo de gestão que agride o meio ambiente, que não se importa com os servidores, que não se esforça para prestar uma saúde pública com melhor qualidade para os aracajuanos, que não tem compromisso com a cultura entre outras mazelas. Há mais de um ano defendo a saída do PT do governo.
Para chegar forte em 2022, o PT precisa ter candidato a prefeito de Aracaju, em 2020?
A eleição de 2020 será a mais importante eleição municipal desde que se iniciou o processo de redemocratização do país. Será uma eleição em que todas as forças políticas do Brasil, que passam por um rearrumação, irão buscar acumular forças para 2022 e subsequente. Além de ser uma eleição onde o debate nacional se fará presente inexoravelmente. Uma eleição onde não haverá lugar para insossos. Incolores. Não haverá muros para se ficar em cima. Será uma eleição para quem tem lado. Portanto, uma eleição bem ao gosto do PT.
Está colocando seu nome à disposição do PT para disputa da Prefeitura de Aracaju?
Desde o final do ano passado, eu venho discutindo internamente no PT a necessidade de termos candidatura própria para prefeito, em 2020. Por todos os motivos que falei anteriormente. O PT tem nomes muito bons para essa empreitada. Alguns desses nomes, por estarem envolvidos em outras missões, não estão no páreo. Um dos nomes com quem converso há mais de um ano é o ex deputado Márcio Macedo. Acho que ele reúne condições de nos liderar nesse processo. O problema é que a demora do PT em se colocar no processo tem deixado nossa base ansiosa.
Na véspera do Natal, eu recebi um grupo de dirigentes e lideranças do PT com um documento com centenas de assinaturas de outros filiados petistas me conclamando para assumir essa tarefa de lançar meu nome a prefeito da capital. Era, segundo eles, um reconhecimento pelo fato de que eu era a única voz, até então, a ter uma posição pública de rompimento com a atual gestão e com uma candidatura própria. Eles me pediram autorização para divulgar o manifesto lançando meu nome. Eu respondi que considerava o nome Márcio Macedo, que era o nome que vinha se insinuando para assumir essa tarefa e que esperava que ele tomasse uma decisão definitiva em relação à sua candidatura e a saída do governo nesses próximos dias e garanti ao grupo que o PT teria candidato de qualquer jeito. Que se Márcio não se decidisse eles poderiam contar comigo.
Já conversou com outras lideranças do partido sobre a possibilidade?
Além desse grupo, não. Ainda considero que Márcio se decida, caso contrário colocarei meu nome a disposição do partido e da nossa militância
O que mais o motiva a se colocar à disposição para a disputa?
Além desse apelo, desse chamado à luta que recebi de meus companheiros, a certeza de que temos condições de liderar um novo momento onde o PT, que já fez muito por Aracaju quando Déda foi prefeito, volte a ser protagonista fazendo um governo que contemple todos os segmentos da nossa sociedade, mas com ênfase em políticas públicas que atendam aqueles que mais precisam do poder público, ou seja, os mais pobres.
Qual seria o foco de uma candidatura sua?
Desprivatizar a prefeitura para atender melhor à sociedade e especialmente aos menos favorecidos. Atualizar imediatamente o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, cuidar da sustentabilidade, da mobilidade assegurando o diálogo social ouvindo a população. Só se constrói políticas públicas ouvindo a sociedade. As pessoas. Só assim retomaremos a qualidade de vida que já tivemos. O PT já fez isso. Sabemos como fazer.