Em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira, dia 5, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio dos representantes das Polícias Civil e Militar, detalhou as ações desenvolvidas, ao longo de 2017, que apontaram uma redução de 14% no número de homicídios dolosos em Sergipe. A estabilização dos índices a partir de 2016 e o início da curva descendente no ano passado possibilitaram que 481 vidas fossem salvas. Os dados são da Coordenadoria de Estatística de Análise Criminal (Ceacrim).
No ano passado, foram registrados 1.123 homicídios dolosos em todo o estado, número inferior ao de 2016, quando ocorreram 1.306; e ao de 2015, quando houve o registro de 1.196. O trabalho ostensivo e preventivo das forças policiais aumentou a percepção de segurança em Sergipe, fazendo com que 32 cidades apresentassem redução nos casos de homicídios dolosos em 2017. Além disso, em outros sete municípios foram barradas a tendência de crescimento apresentada em anos anteriores. Com estes números, a taxa de homicídio, que era de 57,64 para cada 100 mil habitantes, cai para 49,08, o que deixe Sergipe atrás de outros estados do país.
Dentre as cidades que registraram queda nos índices de homicídios estão: Aracaju, com 88 casos a menos do que o ano anterior; Tobias Barreto, com 18; Laranjeiras, 15; Canindé do São Francisco e Itabaiana com 13; Lagarto, 12, e São Cristóvão, 11. Na região metropolitana, houve uma queda de 12%. No ano passado, foram 314 casos, contra 357 em 2016. Já no interior, o número caiu de 534 em 2016 para 480 em 2017, uma redução de 10,1%.
A obtenção desses números é fundamental no desenvolvimento de ações e estratégias das forças policiais no combate a criminalidade. É o que aponta Sidney Teles, diretor do Ceacrim. “Ninguém combate crimes às escuras, combate por meio de dados que levamos para discussão com gestores com o horário, dia, qual bairro e município está tendo uma maior reincidência, para que as forças possam traçar o planejamento”. Sidney ainda reforça que os dados são públicos e a própria população pode solicitar.
Em se tratando de ocorrências relacionadas a crimes violentos letais e intencionais, o Ceacrim coleta informações diárias, por meio de busca no boletim de ocorrência para a obtenção de horário, dia, motivação e endereço exato do caso e a partir dessa coleta é feito um planejamento. Como resultado, todos os meses números de homicídio, latrocínio, lesão e diversos crimes são fechados.
A delegada geral da Polícia Civil, Katarina Feitoza, avalia a redução da criminalidade no estado como positiva, mas acredita que o trabalho das Polícias em 2018 diminuirá ainda mais esses números. “Nós avaliamos de forma positiva porque sabemos que já encontramos o caminho da redução. Então, é muito gratificante quando a gente percebe que o nosso trabalho rendeu frutos, mas ainda não estamos satisfeitos com esses números, sabemos que podemos melhor ainda mais”.
Ainda de acordo com a delegada, a expectativa é que o governo nomeie os novos agentes de Polícia e com o anúncio do novo concurso, bem como os novos planejamentos, o índice venha a ser mais satisfatório em 2018.
Redução na capital
Quando levada em conta apenas a capital, os números são ainda mais consistentes. Os dados do Ceacrim mostram que, no ano passado, foram registrados 326 homicídios dolosos contra 414 ocorridos em 2016. A redução chegou a 21,3%, comprovando o que foi divulgado recentemente pelo Jornal O Globo, que mostrou Aracaju como a primeira capital no Nordeste e a terceira no país que mais reduziu os casos de homicídios.
Na capital, a SSP contou com o apoio das equipes da Força Nacional, que juntamente com a PM e a PC, realizaram ações preventivas e ostensivas. O trabalho levou a uma redução nos casos de homicídios dolosos em vários bairros, a exemplo do Santos Dumont, Cidade Nova, Porto D’antas, Lamarão, na zona norte; Santa Maria e 17 de Março, na zona sul.
De acordo com o Comandante de Policiamento Militar da Capital, tenente-coronel Vivaldy Cabral, a permanência da Força Nacional auxilia no trabalho já desenvolvido pela PM. “Essa permanência por mais 180 dias certamente vai contribuir para que diminua mais ainda. Além disso, outras ações que fazemos em conjunto com a Polícia Civil, como apreensão de drogas e armas de fogo; abordagem a pessoas e veículos tem ajudado a diminuir esses números”, destacou o oficial.
Em 2017 foram efetuadas 4.055 prisões de acusados de crimes graves que foram encaminhados a presídios. No ano anterior foram 3.900. Os números mostram um aumento no número de prisões de acusados de crime que foram levados ao presídio. Um dado que preocupa é o número de reincidentes. “Dentre 4.055 pessoas encaminhadas ao sistema prisional, quase 40% dos presos são reincidentes. Isso significa e demonstra a falência do sistema de justiça criminal. É preciso verificar esse fenômeno para que possamos melhorar”, completou o tenente-coronel Vivaldy.
Também se destacam o trabalho do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), com um saldo de mais de duas mil toneladas de drogas apreendidas; as ações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com as prisões de 217 homicidas; a atuação do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), que resultou em 271 pessoas presas em 2017; além de todos os outros departamentos que cumpriram o seu trabalho.
Segundo a delegada Katarina Feitoza, o trabalho será, também, focado em outras regiões. “Em 2018, pretendemos estender a atuação mais direcionada da Polícia Civil e Militar nas regiões de São Cristóvão, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão devido aos índices dessas localidades não terem sido satisfatórios”, reforçou.
Os números obtidos se refletem nas ações realizadas pelas forças policiais. No ano passado, só a Força Nacional realizou 176.234 abordagens a pessoas e veículos em Aracaju e região metropolitana, e prendeu 295 suspeitos dos mais variados tipos de crime. Ao longo de 2017, foram montadas pela Força Nacional 2.817 barreiras, distribuídas em pontos estratégicos.
Enviado pela assessoria
Sergipe registra 5ª melhor média do PIB no Nordeste
O PIB (Produto Interno Bruto) de Sergipe registrou variação média de 3,1% no período acumulado dos últimos 14 anos. A constatação é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste, com base na pesquisa “Contas Regionais do Brasil 2002-2015”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, Sergipe apresenta a quinta melhor média regional do Nordeste, à frente dos estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte. O melhor desempenho é obtido pelo Piauí (+4,8%).
Em Sergipe, a variação é superior à média nacional (+2,9%), ao lado de outras onze unidades federativas. No estado, os setores da agropecuária, indústria e serviços contribuíram para a participação da Região no PIB nacional, que alcançou R$ 38,55 bilhões em 2015.
O economista Ricardo Lacerda explica como, no período, Sergipe e o Nordeste cresceram numa velocidade maior do que a média do Brasil. “Sergipe recebeu um número expressivo de empresas. E o emprego com carteira assinada cresceu muito no período. Foi um dos melhores períodos de desenvolvimento econômico e social de Sergipe”.
Para Lacerda, as politicas públicas foram decisivas para atrair investimentos e para gerar emprego. “O governo de Sergipe realizou também investimentos expressivos em infraestrutura de estradas, em saúde e educação na capital e no interior do estado. Foi um período de grandes transformações em Sergipe”, ressaltou.
Entre os destaques sergipanos, estão o aumento na produção de cana-de-açúcar, a elevação da participação das indústrias alimentícias e o bom desempenho de uma série de atividades do setor de serviços, como administração, educação, saúde, atividades imobiliárias e o setor de seguros.
Nordeste
A Região registra crescimento de 3,3% ao ano de 2002 a 2015, acima da média nacional (+2,9%). Além de Sergipe (+3,1%), os estados do Piauí, com crescimento anual de 4,8%, Maranhão (+4,5%), Paraíba (+4,1%) e Ceará (+3,5%) são destaques no cenário nordestino no levantamento. A Bahia continua com maior participação do Nordeste no PIB brasileiro, com 4,1%.
Brasil
Com crescimento de 3,3% ao ano de 2002 a 2015, o Nordeste, juntamente com Norte, que teve 4,3% de incremento e Centro-Oeste, com 4,1%, foram as regiões que mais aumentaram suas participações no Produto Interno Bruto (PIB). Sudeste e Sul também cresceram, 2,6% e 2,4%, respectivamente, o que levou a média nacional para 2,9% nos anos abordados na pesquisa.
Com informações da Ascom do BNB/SE