Por Joedson Telles
Pesco em um grupo de whatsapp a seguinte pérola: “… um bom exemplo foi no último sábado (sic) quando a ‘mídia de estimação’ apenas repercutiu que o governador criou um ‘gabinete de crise’ por conta das manchas de petróleo que chegaram os (sic) 22 quilômetros do litoral sergipano”. A frase, de uma infelicidade ululante, é construída para servir de argumento para o pressuposto sugestivo: a tal mídia de estimação “vira porta voz na defesa intransigente de um governo totalmente perdido…”
Daria de ombros sem pensar duas vezes, caso um dos veículos de comunicação de Sergipe a noticiar a criação do gabinete de crise não fosse esta página, que o fez no último domingo, dia 6. Por respeito ao internauta, entretanto, pontuemos.
Registro antes que Universo também abriu espaço para a Prefeitura de Aracaju e para o senador Alessandro Vieira tratar do mesmo tema. E abrirá para qualquer um, desde que a ideia seja buscar soluções. Obviamente, e sequer é preciso ser jornalista para entender, a relevância do assunto o noticia por si. Surpresa seria ignorar os fatos. Criticar ou não o governo ou quem quer que seja é outra história. É decisão pessoal de qualquer um.
O dono da pérola, por despreparo ou maldade, sonega, portanto, o óbvio do ofício: fatos relevantes precisam ser noticiados goste-se ou não da fonte. Goste-se ou não de quem supostamente será beneficiado com a veiculação. A coisa é tão primária que constrange tratar do assunto fora das primeiras aulas da graduação. Aliás, um jornalista que tem preconceito com a notícia está na profissão errada.
Agora, é trivial que quando o espaço é aberto para apenas um lado da notícia – seja governo ou oposição – cabe a crítica da parcialidade. E neste terreno a geografia auxilia a transparência. A tão usada frase “Sergipe é pequeno… todos se conhecem…” e a memoria dos mais atentos ao comportamento da nossa imprensa frente aos governos de plantões, e não apenas o governo Belivaldo Chagas, resume a ópera. Diz com eloquência quem se encaixa na frase “mídia de estimação”.
Aliás, é ingenuidade acreditar que não existe quem negocie o ofício atropelando a ética. Do mesmo modo, soa inocência desconhecer que tanto faz servir a um governo ou a um vereador, um deputado, um senador… O “serviço” é um só. E não deixa de ser desfaçatez também usar da incoerência. Vamos imaginar: a pessoa servir ao governo por longos anos, não conseguir a permanência, sair por aí atirando e, sem forças para atingir o alvo, querer auxílio de outros espaços na ponta da faca. Pense na cara de pau…
O Universo, não. Aqui neste modesto espaço, e é só subir a página e atestar ao lado direito, quem está no comando é Deus. Sempre. Ninguém, repita-se, ninguém pauta a consciência aqui exceto Ele. Até os imbecis sabem que Deus é o dono do Universo literalmente.
Portanto, quem acha que vai dizer o que será alvo de crítica aqui perde tempo. Até porque, quando fazemos uma crítica não esmolamos o eco de ninguém. E outra: como prova o histórico deste espaço, a crítica sempre será jornalística, tendo o coletivo como bandeira. Nada de abraçar político A, B ou V e partir para desgastar adversários sabe Deus os reais interesses.