O Governo de Sergipe tem fortalecido ações pedagógicas inclusivas, proporcionando educação de qualidade para alunos com diversas deficiências. São ações que vão além das salas de recursos multifuncionais (SRM) e que abrangem desde a educação bilíngue para surdos até o atendimento educacional especializado (AEE) para alunos com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA).
Nos últimos 22 meses, os avanços foram marcantes, com aumento de matrículas e investimentos em profissionais qualificados, consolidando políticas educacionais inclusivas na rede estadual de ensino de Sergipe.
Uma dessas ações é a oferta da Língua Brasileira de Sinais Libras (Libras) como primeira língua para os estudantes surdos, que ocorre nas salas de recursos. Além disso, intérpretes de Libras estão presentes em salas de aula regulares, assegurando a comunicação entre professores e alunos.
Segundo a coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), Lilian Alves, esses intérpretes desempenham um papel essencial ao garantir que os estudantes surdos tenham acesso integral ao conteúdo curricular. “Os avanços nos últimos dois anos são evidentes. Houve um crescimento na matrícula de alunos com deficiência, reflexo dos investimentos em profissionais qualificados e na estrutura para receber esses estudantes. A inclusão é um processo contínuo, e estamos sempre buscando novos conhecimentos para oferecer o melhor suporte possível”, frisou.
A rede estadual também conta com o processo seletivo simplificado (PSS), para a contratação de acompanhantes especializados (AE). Esses profissionais fazem a mediação pedagógica nas salas de ensino regular para os alunos com deficiência intelectual ou com transtorno do espectro autista. Eles são responsáveis por adaptar o currículo passado pelo professor, garantindo que o conteúdo seja acessível a esses estudantes.
Em 2024, foram convocados mais de 500 profissionais entre acompanhantes especializados e apoios escolares para atuar diretamente nas escolas, reforçando o suporte pedagógico e garantindo o desenvolvimento educacional dos alunos com deficiência.
“Os acompanhantes garantem que o currículo chegue de forma clara e acessível, promovendo uma inclusão de verdade, onde os alunos atípicos não apenas estejam em sala, mas participem ativamente do processo de aprendizado”, explicou Lilian, informando que, de acordo com o Censo Escolar da Educação Básica 2023, foram realizadas 4.229 matrículas, que incluem alunos com autismo, baixa visão, cegueira, com deficiência, deficiente intelectual, deficiência múltipla, surdez, surdo-cegueira, superdotação.
Formação de professores
Com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino inclusivo, a rede tem investido continuamente na formação dos professores. Parcerias com instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal de Sergipe (UFS), têm oferecido cursos voltados para práticas pedagógicas específicas para alunos com TEA e outras deficiências.
“Estamos constantemente investindo em formação para nossos professores, tanto nas salas de recursos quanto no ensino regular. É essencial que todos os professores estejam capacitados para atender a diversidade dos alunos.
Atualmente, temos parcerias com a UFS, ofertando cursos focados em práticas pedagógicas para o trabalho com estudantes autistas. Sabemos da importância de que os professores regentes estejam preparados para receber e trabalhar com alunos da educação especial. Estamos sempre buscando capacitações que ofereçam novas ferramentas pedagógicas para esse trabalho”, destacou a coordenadora do Serviço de Educação Inclusiva.
Além da formação para os professores de salas regulares, há um trabalho contínuo voltado para os profissionais que atuam nas salas de recursos multifuncionais, reforçando o papel dessas unidades como centros de apoio ao desenvolvimento pedagógico dos alunos com deficiência.
Educação Inclusiva
A Escola Estadual 11 de Agosto, localizada no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, é um exemplo de como a pedagogia inclusiva tem sido implementada na prática. Com uma matrícula de 198 alunos, sendo 147 atípicos, a escola tornou-se referência em educação especial no estado, recebendo prêmios consecutivos nessa área. A escola passou por adaptações estruturais, como a construção de rampas de acesso, banheiros adaptados e o fornecimento de materiais pedagógicos específicos, como livros em braile e impressos ampliados para alunos com baixa visão.
O secretário da Escola 11 de Agosto, Romário Feitosa, explicou que a instituição também oferece suporte para a socialização e desenvolvimento motor dos alunos com deficiência mais severa. “Aqui, nós não focamos apenas na parte pedagógica, mas também trabalhamos o desenvolvimento da autonomia, socialização e habilidades motoras dos nossos alunos. A inclusão vai muito além da sala de aula”, ressaltou.
A coordenadora da instituição, Tálita Calvacanti, destacou que os AE desempenham um papel fundamental dentro da sala de aula. “Lidar com um universo tão diverso de alunos, cada um com suas necessidades específicas, é desafiador, mas temos a bênção de contar com muitos parceiros que nos ajudam nesse processo. Os acompanhantes especializados vieram para somar, trazendo ideias e sugestões que têm fortalecido muito o nosso trabalho”, disse, destacando que a escola conta com duas salas de recursos, contempladas pelo Ministério da Educação (MEC), que atendem uma grande matrícula de alunos com deficiência.
Ivaneza dos Santos, mãe de David Miguel, contou que o filho, que é autista, se adaptou rapidamente ao ambiente escolar. “Ele já sabia ler e escrever, mas aqui ele se desenvolveu ainda mais, e o apoio da equipe é maravilhoso”, afirmou.
Sueli Barroso, mãe de Talita, uma aluna com síndrome de Prader-Willi, ressaltou como a filha progrediu na pintura e em outras atividades motoras. “Ela adora vir para a escola, chora quando não tem aula. Só tenho a agradecer à equipe que cuida dela com tanto carinho”, relatou.
Política pública
A política de educação inclusiva implementada pela rede estadual de ensino de Sergipe se encontra em um processo contínuo de aprimoramento para melhor atender os alunos com necessidades especiais. Com investimentos em formação de professores, ampliação da equipe de apoio e melhorias na infraestrutura, o governo estadual pretende não apenas incluir, mas garantir que cada aluno possa desenvolver seu potencial.
O Governo do Estado segue investindo para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas especificidades, possam acessar uma educação de qualidade e se desenvolver plenamente. “Quando inserimos alunos atípicos e típicos no mesmo ambiente, todos saem ganhando. A inclusão é uma via de mão dupla, que beneficia a todos”, conclui Romário Feitosa.
Enviado pelo Governo do Estado de Sergipe/Foto: Thiago Santos