Por Joedson Telles
O Brasil está perto da trágica notícia de termos 300 mil brasileiros mortos vítimas da Covid-19. Até a última terça-feira, dia 16, 282.400 óbitos foram confirmados. E jamais esqueçamos: além das vidas, cada um dos que partiram provocou – e provoca – dor em familiares e amigos. Tocam também aqueles que apenas usam da empatia.
Mais trágico que este quadro, que por si só já é o suficiente para o pânico do “quem será o próximo?” ganhe cores bem vivas, é saber que muitas pessoas que faleceram foram contaminadas por irresponsabilidade própria ou de alguém bem próximo, que optou pelo negacionismo.
A desobediência às recomendações científicas, às normas sanitárias cobra seu alto preço. E, infelizmente, continuará cobrando. Parte da população deu e permanecerá dando de ombros ao caos. Só entenderá o colapso do sistema de saúde se sentir na própria pele. Só acordará para o que é, de fato, essa cruel doença se for uma de suas vítimas, e a enfermidade não levar a óbito antes.
Estamos perdendo a guerra para o vírus, e, desta vez, não dá para culpar apenas os políticos – nem aqueles que, com seus comportamentos e ações reprováveis, jogam contra o Brasil. Há uma fatia significativa da população que contribui para os alarmantes números. Eis a realidade.
P.S. Quantos verbos mais serão preciso para que a lucidez seja coletiva? Quantos cadáveres a mais serão preciso para sensibilizar aqueles que teimam em viver como se não houvesse pandemia? O quê fazer para que o vírus perca seus aliados de luxo, nesta rotina macabra de circular, contaminar e matar?