Todo estabelecimento que trabalha com produtos de origem animal, seja para o abate ou comercialização, deve atender os requisitos previstos nos serviços de inspeção. É o que garante à população o acesso a alimentos seguros, reduzindo os riscos de transmissão de zoonoses e toxinfecções alimentares, e a preservação da saúde pública.
A diretora de Defesa Animal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Salete Dezen, chama a atenção para a situação das carnes. Segundo ela, em Sergipe apenas dois estabelecimentos privados possuem o selo de inspeção para o abate, um em Itabaiana e outro em Propriá. Todos os demais matadouros municipais estão irregulares, porque não atendem as exigências higiênicas e sanitárias.
“A população precisa ficar bem atenta, porque o consumo de carne abatida clandestinamente é muito perigoso, pois pode transmitir doenças como tuberculose e cisticercose e até causar infecção intestinal. Tudo isso pode ser evitado se houver uma inspeção veterinária. Na carne clandestina podem ser encontradas drogas veterinárias, antibióticos, hormônios e parasiticidas.”, alerta.
O combate ao comércio clandestino de produtos de origem animal é realizado por meio de parcerias entre a Emdagro, Ministério Público Estadual (MPE), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Delegacia do Consumidor e Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal. A Emdagro fiscaliza a chegada do animal ao abate e o transporte da carne nas rodovias. A fiscalização dos matadouros é de responsabilidade dos municípios.
A diretora da Emdagro lembra que a população também pode ajudar os órgãos fiscalizadores. “As pessoas podem denunciar os estabelecimentos que não possuem o selo de inspeção. Para saber se uma determinada carne está dentro das normas de segurança, observe a cor e o cheiro do produto, a condição de armazenamento e a embalagem”, afirmou.