João: gestão em xeque outra vez
Por Joedson Telles
Sabe essa investigação que acontece na Prefeitura de Aracaju, nestes últimos dias da gestão João Alves Filho? Desde que haja prova irrefutável de corrupção, evidente, se não for para levar para a cadeia quem meteu a mão no dinheiro público e obter meios de recuperar cada centavo é melhor extinguir. Aproveitar o clima e cuidar das festas natalinas. Colocar o peru no forno, cerveja para gelar e projetar 2017.
É mais inteligente. Vejamos. Poupa-se o trabalho dos técnicos, o dinheiro público que custeia a logística, a frustração do aracajuano e até a tarefa da imprensa, que adora este tipo de cobertura, mesmo sabendo que, muitas vezes, não leva a nada.
Evidente que o sentimento sobre quaisquer suspeitas e o de investigar rigorosamente e punir culpados. É preciso ir a fundo, lógico. Imprescindível o trabalho da polícia, do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Nota 10. Mas ou se faz como a Lava Jato vem fazendo na esfera nacional – prova é sinônimo de cadeia – ou não se faz. Depois desta mega operação, ainda em andamento, não sobra mais tolerância para pizza. A consciência da população é outra.
Estamos calejados. E, em se tratando da Prefeitura de Aracaju, não é a primeira vez que a atual gestão e posta em xeque. Quem não lembra aquele histórico áudio no qual se ouve o vice-prefeito de Aracaju desabafando angustiado que a equipe do prefeito João Alves Filho só quer roubar? A coisa foi parar na polícia e até hoje está mal explicada.
Eis o “x” da questão: adianta mexer na ferida e não aplicar o medicamento correto, sob pena de gerar outra dor? Ainda que contra a vontade do paciente, a medicina correta ordena tratar quaisquer enfermidades como precisam ser tratadas.
Se for para ir a fundo doa em quem doer, punindo quem errou, se provas irrefutáveis forem apresentadas, dentro do que rezam as leis, que se prossiga com a investigação na Prefeitura de Aracaju. É o caminho correto.
Do contrário, melhor abortar hoje mesmo. Exceto por inclinação ao sadismo, não se explica magoar a chaga e não tratá-la. O dano ao coletivo é bem maior quando se descobre crime e criminoso, mas a impunidade impede o tratamento adequado. Melhor não saber os chamados detalhes. Usar o tempo nos preparativos das festas natalinas, como já disse.
