Por Joedson Telles
Pré-candidato a suceder a si mesmo, o governador Jackson Barreto (PMDB) não tardará a administrar mais um pepino sem tamanho, caso consiga atrair o prefeito de Aracaju, João Alves (DEM), para seu palanque, e este condicione o apoio sonhado a uma pré-candidatura da senadora Maria do Carmo (DEM) à reeleição também.
Fica evidente na entrevista que o deputado federal Márcio Mecedo concedeu ao Universo ontem que, após costurar sua participação na chapa governista batendo o pé e exigindo a vaga do Senado, o PT não está disposto a ter que se levantar da cadeira e ceder o lugar, justamente, ao seu maior inimigo político: o DEM. O caldo entorna ainda mais quando se leva em conta que o pretendente do assento é o deputado federal e presidente da legenda, Rogério Carvalho.
Com fama de passar o trator sem clemência até em companheiros da então estrelinha vermelha, o deputado tem dito internamente que, em perdendo o espaço almejado, não pensa duas vezes: se lança candidato ao Governo do Estado. Aliás, estaria realizando o sonho de alguns petistas, que não se conformam em o PT não ter candidatura própria. Para quem acha difícil a tese vingar, lembremos apenas dois episódios que ilustram o estilo Rogério Carvalho de fazer política: o último PED, quando desbancou o grupo de Déda e Zé Eduardo, e o chega pra lá que deu nas pretensões da ex-primeira-dama, Eliane Aquino, de levar a sério as pesquisas e ser o nome do partido na majoritária.
Como se não bastasse isso, Rogério Carvalho teria sérias dificuldades em desmanchar os acordos feitos com aliados, tendo como base a sua ausência no processo de eleição para a Câmara dos Deputados. E, se disputar uma eleição como candidato a vice-governador voluntariamente nunca esteve nos seus planos, imagine abraçar a causa como consolo?
Aliás, o “preferencialmente o Senado”, que figura na resolução do Partido dos Trabalhadores, quando do evento do Iate Clube, em março, para a militância petista, deixou no ar bem mais uma porta aberta para o PT disputar o Governo do Estado, caso haja um racha na base governista, do que aceitar ser vice – bem ao estilo Vasco da Gama.