Por Joedson Telles
O senador Rogério Carvalho não desperdiçou mais uma oportunidade de deixar sua marca como uma força de oposição ao governador Fábio Mitidieri. Desta vez, ele participou, nesta sexta-feira, dia 22, de um ato contra a privatização da Deso e solto os verbos.
O Governo do Estado assegura que não está privatizando a importante companhia, mas Rogério banca que se trata, sim, de privatização.
Aliás, o senador petista denuncia que a Deso está sendo privatizada para “alimentar a ganância do mercado financeiro”.
É uma declaração robusta, pesada que carece, evidentemente, de provas irrefutáveis para não cair no vazio.
Rogério está certo em se manter na posição que as urnas decidiram. Precisa fazer oposição mesmo. Presta um bom serviço aos sergipanos. Entretanto, a falta de cuidado com as palavras pode desacreditar o exercício do seu importante papel.
Afirmar que “não fez isso para melhorar os serviços, mas para encher os bolsos de alguns gananciosos que querem a Deso para ficarem ainda mais ricos” sem comprovar é levar o jogo para um terreno perigoso.
É levantar a suspeita de que o governador estaria usando o Estado para beneficiar de forma nada republicana e moral uma minoria. E, neste caso, caberia a indagação: o que motivaria o governador?
Até que se prove o contrário, contudo, o governador Fábio Mitidieri é um político decente. Um homem probo. Se estivesse privatizando a Deso pelas razões apresentadas pelo senador do PT seria algo surpreendente e, sobretudo, preocupante.
Teríamos neste episódio isolado um 3 x 4 do perfil do homem público ao qual o destino de Sergipe foi entregue. Melhor seguir acreditando na seriedade do governador, e entender que Rogério falou no calor, na emoção, na necessidade de representar seus eleitores, mas não prova o que ventila.
Foto: Janaína Santos
