Por Joedson Telles
O senador Rogério Carvalho não desperdiçou a oportunidade de jogar no rosto do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, a inesquecível morte de Genivaldo doa Santos, que foi preso no porta malas de uma viatura da PRF tomada por gás. Rogério o fez cara a cara durante uma reunião da CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro, que aborda outro absurdo.
Os verbos de Rogério – bem ao seu estilo contundente – somam-se às poucas vozes que ainda lutam para não deixar o lamentável fato cair no esquecimento, e, sobretudo, para não ser mais um a espelhar a impunidade.
A forma desumana como Genivaldo deixou este mundo precisa ser lembrada e repudiada, se possível, todos os dias – até por questões pedagógicas. Uma sociedade que, em sua maioria, se diz correta, ética e cristã não pode virar a página e seguir normalmente. Não foi algo normal.
Se o assassinato de Marielle Franco, por exemplo, que tem muito mais repercussão, mesmo depois de cinco anos, não teve ainda o desfecho esperado, imagine a morte de Genivaldo.
Este triste episódio de Umbaúba atingiu todas as pessoas de bem. Não vitimou apenas Genivaldo, familiares e amigos. A empatia não pode ser asfixiada também naquele porta malas.
Precisamos do envolvimento direto não apenas do senador Rogério Carvalho, mas também dos demais políticos e autoridades. A imprensa, a OAB e os movimentos sociais também precisam seguir os mesmos passos. Nunca será demais bater nesta tecla dolorida. Rogério discerniu essa importância, e, como dito no início deste texto, não desperdiçou a oportunidade.