Nesta terça-feira, dia 27, o senador Rogério Carvalho (PT/SE), relator da CPI da Braskem, apresentou o plano de trabalho que será desenvolvido na Comissão para investigar a tragédia ocorrida em Maceió, Alagoas, decorrente da exploração mineral na região. Durante a apresentação do plano de trabalho, que também foi aprovado hoje, o senador destacou a importância da investigação.
“Ciente da grande responsabilidade que me foi confiada, só posso deixar expresso que prometo os melhores esforços para que tenhamos um relatório legítimo e criterioso em relação a mais essa calamidade socioambiental brasileira com impacto nas vidas de milhares de pessoas”, disse.
Rogério Carvalho também destacou que “o que aconteceu ali não foi obra da natureza, obra do acaso ou resultado de circunstâncias imprevisíveis”. “Trata-se do resultado de anos de mineração e extração de sal-gema na região da Lagoa Mundaú”, pontuou.
O senador lembrou, ainda, de catástrofes anteriores no Brasil, como as de Mariana e Brumadinho, ambas relacionadas à mineração, destacando que “desta vez, a calamidade se abateu sobre a população de Maceió, igualmente em razão da atividade de mineração.”
“Essa missão é nossa e, portanto, não vamos nos desviar. Não podemos e não temos culpabilidades preestabelecidas aqui”, acrescentou.
Ao longo da apresentação, o senador revelou diversos problemas levantados pela imprensa e por especialistas, desde o início da mineração em 1976, incluindo o não cumprimento de testes de sonar anuais pela empresa, o tamanho excessivo das minas e a falta de fiscalização adequada por parte das autoridades.
A tragédia em Maceió, que resultou em milhares de deslocados e danos irreparáveis, será o foco da investigação da CPI e Carvalho ressaltou que “o trabalho da Comissão será feito com total lisura e transparência, buscando justiça para as vítimas e propondo normas para evitar futuras calamidades”.
A CPI da Braskem se comprometeu a funcionar como uma caixa de ressonância nacional, visibilizando o problema para prevenir situações semelhantes no futuro. “Não estamos falando de desastres naturais, mas de calamidades provocadas pela ação humana, pela ganância humana. Calamidades que podem e devem ser evitadas”, concluiu o senador.
Enviado pela assessoria do senador/Foto: Daniel Gomes/Assessoria de Comunicação