Por Joedson Telles
“… vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis…” Efésios 6: 13 (NVI).
A grande maioria dos teólogos entende que o apóstolo Paulo, ao se referir ao “dia mau”, aborda dias marcados por ataques satânicos. Isso não quer dizer que o satanás e os seus anjos caídos não estejam sempre trabalhando, mas que há dias e “dias”.
A morte de uma pessoa, ainda que não seja um ataque satânico, é um dia mau, para seus familiares e amigos. Mesmo que seja a vontade de Deus – e morrer em Cristo é sempre melhor que viver neste mundo caótico -, quem experimenta a morte de um ente querido sofre. Não escapa da dor. Está obrigado a ter não apenas um, mas vários dias maus. Há quem conviva com o fardo pelo resto desta vida. A mãe que sepulta um filho, por exemplo.
Maria sentiu essa dor, ao assistir à crucificação de Jesus. Sofreu e chorou (João 19: 25). Este fato ensina com eloquência que vestir a armadura de Deus não é uma espécie de mágica para fazer a dor desaparecer. Assim como Maria, quem perde um ente querido sofre, tendo ou não fé em Deus.
A grande diferença é que os que estão em Cristo sofrem pela falta, mas têm a certeza de que, assim como o nosso Salvador ressuscitou, todo aquele que por Ele é salvo também ressuscitará (João 11: 25,26), terá vida eterna na glória de Deus. “… o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1: 21). Não há lugar para a falsa frase secular “morreu, acabou”. Jesus venceu a morte na sua morte.
Mas, se uma mulher de fé como Maria sofreu com a morte de Jesus, como consolar alguém que perdeu um ente querido e não tem a mesma fé, pregando a doutrina da ressurreição?
Evidentemente, o calor da morte não é um bom momento para confrontar ideias teológicas; por mais equivocadas que sejam. Tampouco o cristão deve ser omisso e esconder a verdade bíblica.
O que fazer, então? A lógica exorta colocar a verdade suavemente, sem polemizar, e deixar o Espírito Santo agir. Afinal, não é o crente quem converte, mas o Espírito de Deus em ação.
Nos momentos de perdas, normalmente, há coração quebrantado; pronto para receber uma palavra de consolo. Nada mais eficaz que a palavra de Deus.