Por Silvio Santos
Quando Macri se elegeu presidente da Argentina em 2015 todo o mundo liberal o aplaudiu e o colocou num lugar de destaque. Aqui no Brasil, o antipetismo se vestiu de neoliberal e, representado pela “grande imprensa” (Globo à frente), deram as boas vindas ao homem que iria, finalmente, tirar a Argentina da instabilidade econômica e servir de farol para a América do Sul.
Macri começou a governar e o que se viu na prática foi mais do mesmo quando se trata do velho e surrado receituário neoliberal. Um naufrágio após outro. Os elogios iniciais foram sendo substituídos por silêncios a ponto de hoje, após a derrota de Macri, seus seguidores no Brasil acusá-lo de populista (durma com um barulho desse). Como essa gente é volúvel.
Muitos elegeram o Bolsonaro pensando que ele seria aqui, ao lado do Chicago Boy, Paulo Guedes, uma versão do argentino. Estes, além de volúveis, desavisados.
Tudo bem, Macri foi um desastre para a Argentina, mas não dá para compara-lo com Bolsonaro. Macri é um liberal convicto. Tem uma trajetória que confirma isso. Bolsonaro é um vazio de idéias. Um energúmeno com músculos em lugar do cérebro. Se Macri fosse um político brasileiro, Bolsonaro o chamaria de comunista. Macri foi ruim? Bolsonaro é muito pior.
Mais: Macri e o Bolsonarismo têm visões completamente opostas sobre questões muito profundas, como mudança climática, regime militar, sociedade civil, universidades, China, democracia, instituições internacionais, União Europeia, ‘globalismo’ e assim por diante.
Outra: Macri, ao reconhecer a derrota eleitoral, ligou para o presidente eleito, Alberto Fernandes e o convidou para um café da manhã no dia de hoje. Como esses hermanos são civilizados, né?
Silvio Santos é ex-presidente do PT de Sergipe