Por Joedson Telles
Neste terreno minado conhecido como política, tirar lições éticas, sérias, positivas ao coletivo só mesmo a conta-gotas. Todavia, estão a jorrar fartamente ações escrotas a beneficiar figurões viciados sem escrúpulos algum quando o assunto em pauta é a falta de zelo com o dinheiro público. E a serventia de plantão a se contentar com as migalhas em troca da cumplicidade. Viva o Brasil.
Não precisa ser petista para discernir: basta entender minimamente de política: o PT pode ser acusado de qualquer coisa (e, óbvio, condenado se houver provas irrefutáveis) menos de plágio. A legenda do Lula e companheiros sempre se achou proprietária da única geladeira do deserto. Impecável. Sempre tem a razão. E nunca nutriu um pingo sequer de constrangimento por isso. Com tanta presunção, adotar ideologia adversária não poderia mesmo estar no script.
O mesmo, contudo, não pode ser dito de certos adversários que se valem de bicos em canelas. A tática petista de não respeitar o contraditório nunca foi tão trasladada. Posta em prática, cinicamente, como bóia de salvação. Mais desespero impossível. Maior atestado de despreparo para o debate idem. Não ter argumento jamais pode ser desculpa para se tentar desqualificar adversário.
Que o Brasil está cheio de atores não há um só segundo de dúvida. Que pensar nesta terra soa artigo de luxo idem. Entretanto, emerge o maior entre os tolos do ramo quando, por falta de argumentos convincentes a justificar o lamber de botas, vasculha-se o armário adversário e busca-se justamente argumentos reprováveis para tentar ofuscar o óbvio com retórica de quinta categoria. Carne estragada só faz mal. Jamais é deleitosa.
A crise política, moral e ética que o país respira, não permite que, por irresponsabilidade, ignorância, “necessidade de bajular” ou quaisquer motivos se tente asfixiar o livre pensamento. Patrulhar? Qual é? O Brasil precisa da lucidez. De ideias oriundas de cabeças independentes a velar o coletivo. Nem todo pensamento precisa estar atrelado a político “A” ou “B”. A serventia precisa aprender isso. Encarar a cova sem tentar arrastar quem não reza na cartilha.
Não ter como justificar desmandos e escândalos dos patrões e partir para desqualificar juízos contrários, tentar dividir o país entre situação e oposição, “Temistas e Lulistas”, descartando a independência da isenção, o apego à verdade factual doa em quem doer é, além de nocivo ao coletivo, uma lógica burra que não se sustenta em si. Só ilude aos adeptos.
Ainda que represente a minoria, já que estamos falando de um país embrutecido, sempre haverá quem pense e externe juízos sem para isso precisar estar atrelado a um dos lados políticos. Acorda. O contraditório sempre existirá.
A liberdade e, sobretudo, a personalidade para elogiar quem quer que seja nos momentos coerentes com atitudes e ações e, lógico, criticar qualquer um quando os fatos levarem por estas águas, que precisam permanecer cristalinas, não podem e não serão nunca sufocadas por interesses pessoais. Egocêntricos.
Se por um lado não falta soldado do mal viciado em sobejos, felizmente, por outro, sempre haverá um cidadão de bem indignado com a sangria. Pronto a usar da sinceridade sem a preocupação do preço a ser pago. Se houver dúvida é só pegar a história.