Por Joedson Telles
Ao afirmar que a lata de leite condensado é pra enfiar no rabo da imprensa, por conta da grave denúncia que o seu governo gastou mais de R$ 15 milhões em leite condensado, só em 2020, o presidente Jair Bolsonaro ratifica o óbvio: é despreparado para ocupar o cargo político mais importante do País. Não atinge a imprensa, mas sua própria biografia.
Visivelmente, o presidente, mais uma vez, não tem argumentos e, mais uma vez, apela de forma rasteira, para o delírio de imbecis, que, aliás, aplaudem todos os seus atos, por mais equivocados que estejam, dando de ombros às consequências. Subestimar o vírus emerge como exemplo.
Bolsonaro é tão “inteligente”, perceba, internauta, que não entende nunca que a imprensa não existe em si mesma, mas no coletivo. Não discerne que o jornalismo é feito para a sociedade. E, assim, a frase chula vai para todos os brasileiros que custearam as compras com seus suados impostos – inclusive seus defensores.
A pequena reação do presidente é mais uma prova inequívoca que ele não conhece a liturgia do cargo. Este senhor, aliás, parece pensar que é eterno no poder. Age como se fosse intocável.
Mas não é. A imprensa continuará fazendo o seu papel – e esperamos que os órgãos fiscalizadores e os que têm poder para punir também.
Bolsonaro passará. Deixará o governo – cedo ou tarde. Com ou sem impeachment. O Brasil é forte. Sobreviverá ao atraso. A imprensa continuará existindo. A oposição idem. A história registrará tudo. O pior ser humano que já passou pela Presidência da República terá que conviver com isso, até ser julgado por Deus – quando palavras de baixo calão não resolverão seu problema.