Por Joedson Telles
Como aguardado pelos mais astutos, já surgem sinais evidentes que a lua de mel – ainda que sem a doçura esperada – do governo com a oposição terminou. Zefini. Exauriu ontem, por volta das 11h, na Assembleia Legislativa com a aprovação do Proinveste. E engana-se quem tributa a morte anunciada somente às doces palavras de Chiquinho Gualberto – que jogou no ventilador que a oposição causou um prejuízo de oito meses ao Estado. Isso ainda sob a fumaça do ‘ok’ da oposição aos dos projetos implorados pelo governo.
Na sessão desta quarta-feira 8, o líder da oposição na Casa, Venâncio Fonseca, numa espécie de troco, ecoou a grita dos servidores públicos por melhores salários – sobretudo os professores. A bandeira também foi erguida pelo vice-líder, Augusto Bezerra, que aparteou o colega como forma da reforçar a argumentação, e, lógico, desgastar o governo. E olha que os discursos foram feitos menos de 24 horas depois que o Proinveste foi aprovado.
A julgar pelo comportamento carinhoso do ex-líder dedista e da paciência do líder e do vice-líder da oposição para com o governo do PT, teremos grandes colisões nos próximos dias. As questões polêmicas estarão em evidência ditando condutas – sobretudo pautadas em gargalos como a saúde e a fraca segurança pública. O governo, evidente, precisará ter uma defesa mais vigilante, preparada e contundente. Isso porque à medida que 2014 for chegando, as críticas, óbvio, vão endurecendo. Provocações e denúncias ditarão o cardápio. Igualzinho ao que o PT fazia antes de chegar ao poder.
Espera-se, no entanto, que tudo seja feito dentro do que se pode definir como alto nível. Da ética. Nada de baixaria. Destempero. Evidente que o bom debate, dentro do respeito, é sempre salutar à sociedade. E até alimenta a cultura democrática do Poder Legislativo. Mas sem excessos. Nada de golpear abaixo da cintura.