Neste mês de maio, o programa Nação Nordestina completa 11 anos ininterruptos no ar pela rádio Aperipê FM 104,9. Focado na música e na cultura regional, sempre acompanhada de causos e da interação do ouvinte, inclusive de outros Estados, o programa é transmitido todos os domingos das 8h às 10h da manhã. Para marcar o aniversário e a proximidade do período junino, uma programação especial foi preparada – o Arraiá do Nação Nordestina – que focará no mais autêntico forró.
Segundo o apresentador e produtor Paulo Corrêa, de maio até junho o foco será o artista nordestino que faz forró. Até porque foi a partir desta expressão cultural que o programa surgiu, a partir do convite do diretor da rádio na época, e em virtude dos trabalhos criados por Paulo em 2001, o Fórum do Forró de Aracaju e a Marinete do Forró, até hoje atrações culturais para aracajuanos e turistas da capital sergipana.
Corrêa conta que desde o início o programa foi criado com três quadros: “a Estação Sergipe, para mostrar as músicas produzidas por nossos artistas; o Conversa com Matuto, com poesias matutas declamadas por poetas como Patativa do Assaré, Jessier Quirino, Chico Pedrosa e às vezes alguns repentistas, que tem uma linguagem bem do interior; e o Baú da memória, onde busco nomes que foram muito importantes para a música nordestina e que estão fora da mídia”, explica.
Além disso, dentro do repertório do programa entram ainda os grandes nomes levaram a música nordestina para o mundo, como Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi, os mestres do forró como Dominguinhos, Trio Nordestino e Marinês, até a nova geração de cantadores como Santana e Targino Gondim, e ainda os cantores mais “pop”, tipo Zeca Baleiro, Chico Cézar, entre tantos outros. Como produtor cultural e pesquisador de música, ele mantém a preocupação com a qualidade artística-cultural do repertório e com o caráter educativo da própria Aperipê, destacado por Corrêa.
“A importância da Aperipê é muito grande, ainda mais num momento que a gente vive no país, porque a gente sabe que a própria direção tem também a consciência de mostrar uma programação educativa e cultural. De repente poderiam querer abrir espaço, tornar mais próxima das outras emissoras, mas a Aperipê tem tido uma preocupação de ter uma programação com um rico conteúdo seja no jornalismo, na parte de esportes, e na parte musical e cultural eu sinto, então isso é uma coisa que no Brasil está muito resumida as emissoras públicas, esse caráter educativo cultural”, opina.
Além da pesquisa musical e produção de Paulo Corrêa, nesses mais de 10 anos também colabora com o programa na produção e direção, e mais recentemente na administração dos perfis nas redes sociais, sua companheira Kalina Elizabete.
Sucesso há 11 anos
A partir de 2017, após uma década de programa, algumas mudanças ocorreram de forma espontânea. Pelo prestígio e sucesso alcançados, o programa passou a ser retransmitido pela Rádio UFS /92.1, aos sábados das 12h às 14h. “Isso partiu do coordenador da rádio UFS, Péricles, que me procurou dizendo que estava achava que seria interessante pelo perfil do programa. Marcamos com o diretor-presidente da Aperipê e com o diretor das rádios e formalizamos em 2017 essa retransmissão, acho que porque atinge também um grande público universitário”, explica.
Também a partir do ano passado para cá, e talvez por este aumento na audiência, a procura por parte de artistas sergipanos cresceu substancialmente, todos querendo alguns minutos para divulgar seus trabalhos pelas ondas da Rádio Aperipê FM. “Desde o primeiro programa ele sempre foi ao vivo, com foco musical e eventualmente eu fazia algumas entrevistas, como eu fiz duas vezes com Dominguinhos por telefone e fazia com artistas locais também, mas era uma coisa esporádica. Creio que por conta da audiência do programa a procura começou a acelerar muito. Antes eu procurava por eles, mas agora tenho uma lista com mais de vinte artistas querendo participar do programa e o tempo tem ficado curto para a parte musical. Semana passada tivemos Lula Ribeiro, Chico Queiroga e Antônio Rogério no nosso estúdio”, comenta.
Corrêa atribui tamanha repercussão principalmente ao zelo e cuidado que tem com a qualidade da programação. “Eu prezo muito o estilo do programa e não abro mão para inserções para músicas que são comerciais e que são impostas pelo mercado. Na verdade, eu que sou do meio da comunicação e pesquiso muito isso, acredito que no chamado ‘gosto popular’ há uma escolha induzida, porque em todo Brasil vários desses empresários de artistas compram horário nas emissoras para só tocar esse tipo de música”, polemiza o apresentador.
E o público parece compreender a alma do programa, pois a audiência não para de crescer, algo percebido pela procura e participação. “O mais interessante é que apesar de ter essa visão e exigência, de não tocar certo tipo de música no programa, por incrível que pareça e isso me surpreende cada vez mais, eu constato que o programa tem público em todos os segmentos. Vou no mercado municipal e o cara ouve minha voz e me diz que ouve o programa, tem taxista que me para na rua par dizer que ouve o programa, tem promotor, diretor de escola, então eu percebo claramente que o programa não tem um segmento específico de público, por todo esse retorno que tenho percebido que ele atinge vários segmentos”, conclui Paulo Corrêa.
Enviado pela assessoria