Por Joedson Telles
Circulam nas redes socais imagens de um aluno jogando um vaso de lixo na cabeça de um professor, que, de costas, sequer teve a chance de evitar a agressão física.
Mais absurdo só mesmo a certeza de que não foi a primeira – e nem a última – ação de violência que parte de um estudante contra um educador.
A escola pública – ou pelo menos parte considerável – é, hoje, um lugar perigoso, onde educadores estão vulneráveis no exercício da nobre missão. A escola não pode se transformar em um depósito humano onde alguns pais e mães deixam problemas dos mais diversos no colo dos educadores.
Não é exagero afirmar que, se nada for feito de forma eficaz, o professor pode ser obrigado a enfrentar riscos bem próximos dos conhecidos na profissão dos policiais, mas sem o treinamento e armamento que estes últimos têm. Há dois anos, a morte de uma professora, após receber facadas de um aluno de 13 anos, numa escola, em São Paulo, ilustra bem o argumento.
A propósito, antes que alguém diga que este jornalista quer armar os professores, registro que tal ideia precisa ser descartada de pronto. Só aumentaria o problema, que não nasce na escola, mas desembarca na carona do aluno e do seu mundo particular. Aluno este que, obviamente, precisa de ajuda também.
Creio, entretanto. que ventilar a similaridade dos riscos das profissões pode (precisa) ser uma contribuição constante da imprensa, para que políticas públicas e demais ações sejam mais eficazes. É sempre prudente acender a luz amarela.
Aliás, trouxe o tema para este espaço para ratificar a obrigação dos nossos políticos em se unirem na busca pela solução. São bem remunerados para isso.
Até o momento, o que foi feito para enfrentar o mostro se mostrou falido. Pesquisas apontam um crescimento do problema. É só darmos ouvidos aos relatos dos professores sobre a falta de respeito por parte de certos alunos, para ratificarmos a certeza: estamos perdendo para a violência – seja verbal ou física. Os professores pedem socorro.