Em função da gravidade das informações prestadas à CPI da Petrobras na terça-feira, dia 10, pelo ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, de que passou a receber propina de forma “institucionalizada” via empresas contratadas pela petroleira a partir de 2003, durante a gestão de José Eduardo Dutra, o sub-relator da CPI deputado André Moura decidiu convocar o ex-presidente da empresa para depor, a fim de esclarecer se tinha conhecimento das ações lesivas investigadas pela operação Lava-jato, e se defender das colocações feitas pelo ex-funcionário.
Após a convocação, contudo, o líder do PSC foi informado sobre a precariedade da saúde de José Eduardo Dutra, em tratamento de um câncer. Diante do quadro, André Moura pretende pedir nesta quinta-feira, 12, quando a CPI volta a se reunir, a suspensão da convocação. “Se Deus quiser, em breve ele estará recuperado e, então, veremos uma nova data de convocação, para que o ex-presidente possa se explicar e se defender das colocações feitas pelo depoente, de que o esquema de propina foi institucionalizado exatamente em sua gestão”.
Justificativa
Lamentando o estado de saúde do ex-senador por Sergipe, André Moura disse que a convocação de José Eduardo Dutra não tem caráter político-partidário. Justifica-se pelo fato de ele responder pela empresa justamente no momento em que, conforme Pedro Barusco afirmou ao Ministério Público Federal no depoimento de delação premiada e reiterou à CPI, a sangria dos cofres da Petrobras teve início. “São afirmações muito graves sobre um esquema de corrupção institucionalizado, e não podemos fugir delas. Lamento que ele esteja doente e, desta forma, impossibilitado de fazer sua defesa. Espero que se recupere em breve e possamos ouvi-lo”.