Por Joedson Telles
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil de Sergipe (Adepol), o delegado Kássio Keliton Viana Santos, rechaçou com dureza as declarações do deputado estadual Capitão Samuel (PSL) sobre a polêmica prisão de Marcos André Andrade dos Santos, 32, o “André Bomba”, acusado de assassinar três pessoas com uma faca e ainda tentar estuprar uma quarta, no conjunto Marcos Freire III, em Nossa Senhora do Socorro. Segundo o delegado diz em uma nota pública, o que poderia ser motivo de comemoração por parte da Segurança Publica de Sergipe, que, segundo ele, prestou um trabalho eficiente na investigação e prisão, tomou outro rumo graças às declarações desastrosas do deputado Capitão Samuel e do sargento da Polícia Militar, Edgar Menezes.
“Segundo as declarações equivocadas por parte deles, por má-fé ou desconhecimento dos fatos, os policiais militares teriam sido expulsos da Delegacia pela Delegada. Além de ser mentira, não teria lógica nenhuma tal alegação, vez que, a prisão feita pela Policia Militar fechou de forma triunfal investigação tocada pela Delegada de Policia e sua equipe. Vale lembrar, que os interrogatórios geralmente são feitos nos gabinetes ou cartórios das Delegacias de Policia de forma reservada e não havia necessidade da presença Policia Militar dentro do gabinete, pois, com a entrega do preso o trabalho da policia ostensiva havia sido encerrado”, escreve na nota.
Para o presidente Kássio, o deputado Samuel Barreto, como um militar reformado e presidente da comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deveria buscar soluções para os graves problemas do Estado de Sergipe em relação à segurança pública. “Segundo recentes pesquisas, (Sergipe) está entre os cinco estados mais violentos do país e a capital como uma das 50 cidades mais violentas do mundo, e não criar diuturnamente factóides na tentativa de desestabilizar a segurança publica gerando animosidade entre as instituições policiais. Cumpre esclarecer ao equivocado Deputado que suas declarações ou ataques contra nossa carreira ou instituição nunca ficarão sem respostas por parte da Adepol”, disse.
Kássio ainda explica na nota que, ao tomar conhecimento dos três homicídios que chocaram Sergipe, após alguns atos de investigação, a delegada Juliana Alcoforado e sua equipe chegaram à autoria do crime e conseguiram um mandado de prisão em desfavor “André Bomba”, suposto autor do crime, que era companheiro de uma das vítimas. “No dia de ontem, a Polícia Militar conseguiu realizar a prisão do indiciado e após conceder entrevista sobre o fato, o apresentou à Delegada responsável. Segundo a Delegada, após receber o preso, por volta das 10h da manhã, elogiou os responsáveis e o próprio Comandante Geral que estava na Delegacia e pediu licença aos condutores para que pudesse realizar a oitiva do indiciado em seu gabinete e concluir a investigação. Ela afirmou que os Policiais Militares saíram da sua sala sem esboçar qualquer insatisfação ou contrariedade, até por não haver razão para isso”, disse.
De acordo com Kássio, quanto à declaração do Sargento Edgar (que só sairia da sala da delegacia “no tiro” ou no “empurrão”) é inadequada, infeliz e imprópria a um profissional que é pago para promover paz à sociedade. “Denotando que o mesmo está precisando passar por um processo de reciclagem e ser lembrado que no Estado Democrático de Direito existem instâncias cabíveis para que as lides sejam dirimidas. Por fim, é lamentável que, enquanto a população é atacada diariamente pela crescente criminalidade, pessoas que de alguma forma fazem parte do sistema de segurança publica perca seu precioso tempo na imprensa instigando a fofoca e propalando a mentira que em nada contribui para o combate a violência”.