Ex-presidente Roberto Góes diz que decisão será tomada depois de uma nova conversa entre Machado, João e a Direção Nacional do PSDB
Por Joedson Telles
O ex-deputado Roberto Góes, que deixou a presidência do PSDB, após o término do seu mandato, no dia 14 de junho, recebeu, nesta segunda-feira, dia 6, várias visitas de filiados à legenda (entre eles prefeitos e o ex-governador Albano Franco), que demonstraram solidariedade não apenas a ele, mas também ao vice-prefeito José Carlos Machado, por conta da notícia que o partido será comandado em Sergipe pelo senador Eduardo Amorim – hoje no PSC, mas que já indicou o advogado Pedrinho Barreto para presidir o PSDB de Sergipe provisoriamente. Roberto disse que o bloco aguardará uma nova reunião que José Carlos Machado terá com a Direção Nacional do PSDB, nesta terça-feira, dia 7, para decidir em conjunto se opta pela desfiliação em massa ou se permanece no partido – mesmo com as mudanças.
“A Gracinha, o Edson, o Lila e o Robson. Todos os quatros prefeitos queriam sair do partido hoje. Eu pedi que esperássemos até quinta-feira, pois Machado e doutor João Alves irão a Brasília. Na reunião que tivemos hoje, Machado, um homem muito equilibrado, pensa antes de agir, pediu que esperássemos. Aí tomaremos a decisão em bloco. Não vamos fazer as coisas de momento. O partido está unido e solidário. O telefone hoje não parou. Pessoas ligando em solidariedade. Foi um gesto muito bruto e sem necessidade. Todo mundo sabe do meu temperamento, do temperamento de Machado e não tinha necessidade. Era só conversar”, disse Roberto Góis.
Roberto Góis lembrou que, na quarta passada, José Carlos Machado viajou a Brasília com o objetivo de apresentar os nomes da nova comissão sergipana à Direção Nacional do PSDB. “Mas foi surpreendido: disseram que o partido seria comandado pelo senador Eduardo Amorim. Ele voltou estarrecido, porque Amorim tinha dito que só assumiria
a partir de 2016. De repente puxa o tapete. Foi horrível para a gente. O importante em política é diálogo. Ele tinha que conversar com Machado, com a gente. Nunca fechamos as portas para ele, desde o dia em que o senador Aécio Neves disse que iria convidá-lo para o partido. Quem não quer um senador? Mas lamentavelmente puxaram o tapete sem necessidade. É esta minha mágoa meu sentimento. Quantas vezes, na campanha, Eduardo veio pedir o apoio do PSDB? Não conhecia nossa casa? Era só vim aqui e dizer que ia assumir o partido e que seu presidente será A ou B. Diálogo Vale tudo. Não machucaria ninguém.
O ex-presidente do PSDB ainda lamentou a comparação do episódio com a saída do ex-governador Albano Franco do comando do partido. “Foi um movimento completamente diferente. Doutor Albano achou por bem lançar uma candidatura ao senado independente, e não assumiu a candidatura de José Serra a presidente do Brasil (em 2010) em Sergipe. Doutor João e Machado assumiram a candidatura de Serra. Isso credenciou os dois a assumirem o partido. Doutor de João quando soube que eu era o presidente interino me convidou para continuar. Um gesto muito grande. É completamente diferente”, disse, revelando que a última reunião da Executiva de Sergipe, sugeriu o nome de Machado para sucedê-lo na presidência e foi aceito por unanimidade.