Por Joedson Telles
Mesmo com o grande volume de lixo que amealham, as redes sociais podem – e deveriam – ser melhor utilizadas por políticos em guerra constante pelo voto do eleitor. Se lidas da forma correta, não há dúvida que as postagens sobre o tema não só confirmam pesquisas sérias como até mesmo podem substituí-las. São termômetros certeiros do sentimento social.
Olha só o que está acontecendo, por exemplo, na pré-disputa pela Presidência da República. É evidente que os apaixonados pelo presidente Jair Bolsonaro, aqueles que, cegamente, aplaudem até os seus vários e imperdoáveis erros, estão tentando desqualificar as pesquisas que apontam uma queda crescente do presidente pré-candidato e uma subida intensa do também pré-candidato, o ex-presidente Lula. Não se espera raciocínio lógico servir de base para paixão.
Entretanto, diferente de outros momentos da política brasileira, é possível, hoje, discernir se os defensores do presidente têm razão – se estão a desmascarar pesquisas que não espelham a realidade ou se agem pela emoção diante de dados verdadeiros.
Basta analisar de forma correta as postagens feitas no Facebook e no Instagram, por exemplo, sobre notícias e comentários a propósito das pesquisas. O que a maioria está comentando serve como uma espécie de prova dos 9, confirmando ou não as pesquisas.
Não há, é lógico, o lado científico da coisa. Mas sobra calor humano. Aliás, os mais atentos até argumentam – com razão – que as pesquisas são quem confirmam as redes sociais, que depois se valem da réplica, digamos.
Ainda usando o exemplo da pré-disputa pela Presidência da República como base, antes mesmo de pesquisas serem divulgadas, o presidente Jair Bolsonaro experimentava uma inquestionável queda de popularidade nas redes socais.
Gente que votou no então candidato Bolsonaro postando arrependimento tornou-se algo comum. Críticas, sobretudo pela forma negacionista com a qual ele lidou e lida com a pandemia, foram se acumulando – até pesadas como essa história de genocida. As pesquisas emergiram depois…
… As próximas eleições – e não apenas para presidente – se aproximam. Certamente, aqueles candidatos que souberem interpretar o sentimento das redes sociais poderão tirar proveito de uma ferramente que é zero 800, mas tem grande utilidade nas mãos certas durante a campanha – inclusive para apontar o momento de o candidato refletir se deve ou não recuar mediante o desenho da derrota, poupando, assim, tempo e recursos.