Temer: sigilo quebrado
Por Joedson Telles
O internauta não tome como surpresa se um dos nomes que, pelo menos no mundo da publicidade, emerge com um dos mais fortes entre os políticos – e trabalha duro para perpassar este sentimento ao eleitor – sequer tenha direito a registrar uma candidatura para disputar a eleição 2018. O motivo seria constrangedor, apesar de, paradoxalmente, não soar novidade alguma. Do almejado céu ao temido inferno eis o filme em cartaz.
A falta de elementos concretos, neste instante, mesmo os abstratos existirem no atacado a olho nu, remete à responsabilidade de não externar nome aqui e agora. Abomino, e quem acompanha o Universo sabe disso, o estilo de noticiar sonegando nomes e juízos dos envolvidos. Escutar as partes envolvidas é sempre o melhor jornalismo. Mas há casos nos quais isso é impossível.
Todavia, como nas entranhas política o assunto começa a ganhar força, o jornalismo obriga o alerta. O eleitor tem o direito de também saber o que se conversa nos bastidores. Não dá pra ficar só nos discursos prontos. Afinal, são homens e mulheres públicos planejando a ocupação de cargos públicos à custa do dinheiro público – e é o voto que decide. Como esconder a mínima informação do eleitor?
Não tem guarda baixa neste ambiente chamado política. E, evidente, o trabalho para tentar reverter o que parece inevitável já está sendo feito. Até porque as consequências de atos nada republicanos caminham com mais açodamento que micose em pele de desleixado. Soa efeito dominó. E o maior prejudicado na história sabe o que pode estar lhe aguardando, mas não joga a toalha.
Agora, como virou lugar comum, “pode acontecer tudo, inclusive, nada”… Em acontecendo “tudo”, todavia, em um dos principais blocos políticos, a coisa caminharia para uma definição rapidinho. O remédio seria amargo, mas pense num efeito rápido?
P.S. Num país cujo ex-presidente mais popular, no mínimo da história contemporânea, está com os dias contados para ser preso e o atual tem sigilo bancário quebrado, só um insano aposta numa blindagem. Dar de ombros à possibilidade de a casa cair a qualquer momento.
