A Prefeitura de Aracaju divulgou nesta sexta-feira, dia 4, o relatório final do estudo para criação da Unidade de Conservação (UC) do bairro Lamarão.
O projeto integra a obra do conjunto habitacional, que faz parte do Programa de Requalificação Urbana “Construindo para o Futuro”, da Prefeitura de Aracaju. A apresentação do relatório final aconteceu por meio de transmissão ao vivo, na plataforma YouTube, conduzida pelo secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos.
O estudo para criação da Unidade de Conservação representa uma das principais compensações ambientais da grande obra da avenida Perimetral Oeste, realizada com contrapartida financeira do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Para chegar ao resultado final, o estudo passou por uma série de etapas, incluindo a realização de consulta pública nos formatos presencial e online, em que a população pôde contribuir para a elaboração do projeto. A unidade de uso sustentável terá uma área total de quase 102 hectares, o que, segundo o secretário Alan Lemos, significa mais de um milhão de metros quadrados de unidade de conservação ambiental. A área abrange, quase que na totalidade, formações de mangue em diferentes estágios de conservação, presentes no bairro Lamarão.
“Isso faz com que a Prefeitura de Aracaju avance cada vez mais com uma cidade que realmente põe na sua agenda a preservação, a conservação e a preocupação com as gerações futuras e com a sustentabilidade. Ao mesmo tempo realizamos uma obra magnífica como a Perimetral Oeste, que vai melhorar não apenas a mobilidade, mas a vida das pessoas que vivem ali, fomentando o desenvolvimento. É uma obra que vai abrir oportunidades novas, e fazendo isso tudo com a preocupação de que o ambiental seja preservado”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, a nova UC a ser criada no Lamarão tem um olhar voltado para a proteção dos manguezais, para a vegetação como um todo e, sobretudo, para as mudanças que estão acontecendo na comunidade, “inclusive, para as transformações urbanas, como é o caso da avenida Perimetral Oeste.
“Uma obra importante como a Perimetral Oeste impacta sensivelmente a população da cidade, com melhorias significativas para a vida das pessoas. É natural também que uma obra significativa como essa tenha impactos ambientais, e esses impactos são devidamente compensados, porque a Prefeitura de Aracaju tem um compromisso muito forte com o bem-estar das gerações presentes e futuras. Portanto, foram realizadas diversas compensações, sendo uma delas, a mais relevante, esse estudo para a criação da UC, que também faz parte do Planejamento Estratégico do município de Aracaju”, destaca o gestor.
Alan Lemos explica ainda que o estudo de criação da UC envolveu diversos setores da Prefeitura Municipal, e contou também com a participação de uma empresa contratada para estudos adicionais, além da participação da comunidade. “Ouvimos a população por meio das consultas públicas, que aconteceram tanto presencial quanto online, onde recebemos várias sugestões de profissionais, técnicos, professores, pesquisadores, ambientalistas e da população local, para poder chegarmos a essa formatação de unidade de conservação, de uso sustentável daquela área”, acrescenta.
Contribuições
Mais de 40 contribuições foram feitas pela população através da consulta online, além das sugestões apontadas pela comunidade durante a consulta pública presencial realizada no dia 15 de fevereiro. Todas foram analisadas pela equipe e acrescentadas ao relatório final do estudo. “As contribuições foram valiosas e trouxeram preocupações pertinentes à população. Nós nos debruçamos sobre todas elas, visando dar a melhor resposta. É importante salientar que tudo tem sido feito de maneira planejada e organizada pela Prefeitura de Aracaju”, reitera o secretário.
A engenheira florestal Heloísa Thaís Rodrigues, coordenadora ambiental do projeto da Perimetral Oeste, destaca que o próximo passo será a redação da minuta com o decreto que transformará a região de manguezal em uma área preservada. Ela acrescenta que a Prefeitura já realizava ações sociais e ambientais na localidade, como atividades de educação ambiental e diagnósticos específicos da área.
“Tivemos todo um planejamento de estudo feito para diagnóstico da área, dos aspectos físico, antrópico, biótico, social e econômico, para que pudéssemos estar aqui dando essa devolutiva para a sociedade, do relatório técnico final do estudo. A obra da Perimetral vem com esse viés da sustentabilidade. Além das obras que estão sendo realizadas, que vai trazer uma série de benefícios para a população aracajuana, tem esse viés social e ambiental, para que as obras possam ser economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente justas”, afirma Heloísa.
