Para minimizar os efeitos ambientes da mancha de óleo que atingiu o litoral nordestino, desde no início de setembro e agora chegou à capital sergipana com maior intensidade, a Prefeitura de Aracaju enviou equipes de fiscalização ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) e técnicos da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) ao local, os quais estão monitorando a situação junto aos demais órgãos envolvidos na ação de mitigação dos danos causados por esse acidente.
De acordo com análise feita pela Petrobras, a substância densa, viscosa, de coloração preta e com capacidade de boiar na água é petróleo cru e não vem do Brasil, embora a origem ainda não tenha sido esclarecida. O prefeito Edvaldo Nogueira afirmou estar preocupado com a situação e determinou que a Prefeitura se soma-se ao trabalho de contenção do petróleo para evitar maiores danos.
“Estou extremamente preocupado com estas manchas de óleo que chegaram com mais intensidade ao nosso litoral. Notificamos a Petrobras para que tome as medidas necessárias e recolha esse óleo. A Emsurb não pode fazer a limpeza porque em Sergipe não temos aterro para receber resíduos perigosos. Por isso, vamos dar suporte à Petrobras na coleta e a empresa fará o transporte do material para um aterro adequado. É necessário que tudo seja muito bem investigado e os causadores do vazamento sejam identificados. Muito triste ver isso acontecer com nossa natureza”, disse o prefeito.
A equipe de fiscalização ambiental da Sema está levantando, inicialmente, uma estimativa do dano, do impacto ambiental da situação, e verificando o que pode ser feito para mitigar o efeito do óleo, como informou o secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos.
“Disponibilizamos uma equipe nossa para o enfrentamento a essa situação e, quando houver a identificação dos principais causadores disso, faremos as punições que a lei requer de maneira rigorosa. Nesse momento, estamos coordenando todas as equipes da Prefeitura e dos demais órgãos, de modo a verificar quais medidas adotar para minimizar os efeitos desse desastre”, reforçou.
Dos nove estados nordestinos, oito foram atingidos pelo petróleo, sendo Sergipe o último deles. Segundo o técnico ambiental da Assessora Especial de Geoprocessamento da Sema, Júlio César Soares, a mancha começou a atingir o Nordeste em um sequência de estados e a suspeita é que algum navio tenha sofrido acidente ou fez lavagem de tanques no meio do oceano, fazendo com que o petróleo tenha pego a corrente oceânica que vem para o nordeste e trazido o óleo até a costa nordestina.
“Vários órgãos em todo o Nordeste estão envolvidos para tentar apurar esse fato e para não só identificar o responsável como também mitigar os danos da forma mais rápida possível. Vemos que aqui, relacionado ao que já aconteceu nas outras praias do Nordeste, ela [a mancha] tem perdido força. Não é difícil conter, levando em consideração os órgãos que estão envolvidos, como a Petrobras, que já tem uma equipe específica para lidar com esse tipo de situação, mas os danos são grandes, principalmente para a vida marinha e precisamos sanar o mais rápido possível”, relatou o técnico da Sema.
Foto: André Moreira