Por Aldaci de Souza
Ajudar a sociedade sergipana a realizar um planejamento voltado para o crescimento da economia, estabelecido em bases colaborativas. Essa é a principal finalidade do Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável 2020-2030, lançado, na tarde desta terça-feira, dia 12, no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). As ações serão desenvolvidas em parceria com a Fundação Dom Cabral e vários segmentos, numa grande coalizão para mergulhar nos estudos e entender o estado; criando oportunidades e perspectivas.
Na solenidade, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luciano Bispo (MDB), informou que o estudo de sustentabilidade econômica para o estado de Sergipe será voltado para os próximos dez anos. “Isso já que temos a perspectiva de riquezas naturais como gás e petróleo, além da própria energia solar e nós queremos que a Fundação Dom Cabral escute os poderes, escute a população e nos entregue um plano para saber para onde vamos e porque vamos”, ressalta.
O presidente da Assembleia Legislativa disse ainda que foi deflagrada uma discussão técnica sobre as dificuldades econômicas, no sentido de aprofundar os estudos econômicos de Sergipe.
“Optamos em contratar a Fundação Dom Cabral, que possui um dos melhores conceitos e está entre as cinco mais importantes do mundo. O plano terá oito meses de prazo para ser concluído e será dividido em seis etapas para ampliar, escutar e discutir com os sergipanos, quais as peças fundamentais para que esse planejamento aconteça num momento tão difícil que o país passa. A Assembleia teve essa ideia e não é um plano de enfrentamento ao governo do estado; pelo contrário, o governo do estado será um parceiro”, adianta.
Agregando
O governador Belivaldo Chagas disse estar vendo o lançamento do PDES 2020-30 de forma extremamente positiva porque agrega ao planejamento estadual.
“Nós já estamos em execução do planejamento estratégico de Sergipe 19-2022, que diz respeito a esse período de governo e estamos em fase adiantada de elaboração de um projeto que denominamos de Sergipe 2050. A Partir do momento que a Assembleia Legislativa como caixa de ressonância da sociedade, parte para a linha de frente, discute com os diversos segmentos da sociedade e elabora um documento, ele vai servir também de balizador para que a gente continue dando andamento ao planejamento do governo do estado”, destaca.
Semeadura
Para o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), o planejamento estratégico é a semeadura, para que sejam regados, preparados e colhidos os resultados.
“Quero parabenizar a Assembleia Legislativa, porque de fato nós precisamos começar um novo ciclo econômico, no desenvolvimento do nosso estado, baseado nos minerais metálicos, no polo cimenteiro, na indústria do petróleo. Esse projeto chega ao auge e é preciso que nós introduzamos o nosso estado num novo patamar de desenvolvimento. Não tem maneira melhor de enfrentar as maiores dificuldades, que não seja com planejamento, exigindo de nós muita acuidade, paciência e tranquilidade no sentido de aplicarmos o que temos como objetivo final”, afirma lembrando que a Prefeitura de Aracaju fez um planejamento estratégico em 2017 e os êxitos da sua gestão devem-se ao plano municipal.
Fundação Dom Cabral
A diretora de desenvolvimento de organizações da Fundação Dom Cabral, Íris Castro enfatizou que o Plano de Desenvolvimento de Sergipe será alicerçado nas reais necessidades do estado.
“É um caminho verdadeiro que se constrói a partir de bases e de conversas com a comunidade civil organizada, com a Assembleia Legislativa de Sergipe e as diversas partes interessadas”, anuncia exibindo um vídeo sobre o trabalho realizado pela instituição que leva o nome de um sergipano ilustre.
O professor da Fundação Dom Cabral, Humberto Falcão Martins acrescentou que a instituição estará ajudando a sociedade sergipana a produzir o PDES. “Nós vamos ajudar como? Elaborando elementos técnicos para esse processo, ouvindo a sociedade, uma grande pluralidade de atores governamentais e não governamentais, analisando dados para tentar enxergar problemas e possibilidades de futuro e apresentar tudo isso para vocês”, diz.
Potenciais
O coordenador do PDES 2020-30 e controlador geral da Alese, Marcelo Barberino informou que o plano tem como pano de fundo, mergulhar nos estudos para entender o estado de Sergipe.
“Observando quais são as cadeias produtivas, quais são os eixos que podem se tornar viáveis, a exemplo da taxa de retorno rápido; entender o que temos de cenários econômicos hoje, já que mudaram ao longo dos últimos anos. Ver o que Sergipe tem e a partir disso, entendermos para onde vamos chegar. Esse estudo é para nos dar um norte, uma direção com dados técnicos de altíssima qualidade para demonstrar aos atores do estado e atores de fora, que Sergipe tem potenciais para serem investidos e ampliados”, explica.
Momento de transição
De acordo com o economista e professor da Universidade Federal de Sergipe, Ricardo Lacerda, o estado de Sergipe, durante 40 anos foi impulsionado pelos investimentos da Petrobras e de outros segmentos estaduais importantes.
“A gente percebe que há uma mudança de eixo na política do governo federal e que esse próximo ciclo provavelmente vai ser impulsionados pelo setor privado e não pelos investimentos estatais. Esse é o momento de uma transição muito grande na economia brasileira e Sergipe tem que se colocar frente a isso. Esse plano vai ser o momento em que as forças do desenvolvimento, a sociedade, o empresariado, a universidade, os vários movimentos sociais vão se colocar perante aos novos desafios. É uma ocasião muito propícia para discutirmos o futuro e o desenvolvimento sustentável de Sergipe”, acredita.
O lançamento contou com a participação de representantes de vários segmentos, entre deputados estaduais, vereadores, professores, estudantes, economistas, jornalistas, advogados e a sociedade de um modo geral. A presidente da Câmara Municipal de Itabaiana, vereadora Ivoni Andrade participou do lançamento. “Estou aqui nesse evento prestigiando o presidente da Assembleia, deputado Luciano Bispo, nesse planejamento sustentável para a década de 2020 a 2030, juntamente com a Fundação Dom Cabral”, afirma.
Mesa
A mesa foi composta na solenidade pelo presidente da Alese, Luciano Bispo, o governador Belivaldo Chagas, a vice-governadora Eliane Aquino, o prefeito Edvaldo Nogueira, o presidente da Câmara Municipal de Aracaju, vereador Josenito Vitales, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Osório Ramos, o presidente do Tribunal de Contas, Ulices Andrade, o procurador geral de Justiça, Eduardo D’Ávila, a conselheira do Tribunal de Contas e ex-deputada estadual, Angélica Guimarães, o subdefensor público geral, Vinicius Menezes Barreto, o presidente da Federação dos Municípios e prefeito de Ilha das Flores, Christiano Cavalcante, o presidente da Comissão de Controle Social dos Gastos Públicos da OAB/SE, Luciano Vieira, a diretora de desenvolvimento de organizações da Fundação Dom Cabral, Íris Castro, o gerente regional da Caixa Econômica Federal, Ricardo Porto de Miranda, o superintendente do Banco do Nordeste, Antônio César de Santana, o presidente do Grupo de Líderes Empresariais de Sergipe (LIDE), Vitor Rollemberg e o presidente da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), Pedro Litsek.