Por Joedson Telles
Um grupo de petistas continua trabalhando nos bastidores para tentar filiar o ex-governador Jackson Barreto ao Partido dos Trabalhadores. A ideia é não apenas fortalecer a pré-candidatura do ex-deputado federal Márcio Macedo a prefeito de Aracaju, nas eleições 2020, como também afastar a hipótese de ver o ex-governador no palanque do também pré-candidato, o prefeito Edvaldo Nogueira – que está se filiando ao PDT.
Segundo petistas, que pediram para não ter seus nomes revelados, a ideia é usar o peso do ex-presidente Lula para costurar o acordo, persuadindo pessoalmente Jackson Barreto. Eles acreditam que uma conversa entre Lula e JB pode fechar o acordo político.
Detalhe curioso: uma vez consigam êxito no projeto JB no PT, há petistas mais otimistas que acreditam que Jackson Barreto poderá convencer o publicitário Carlos Cauê, que vem acumulando vitórias nos últimos pleitos, a também abandonar Edvaldo Nogueira e desembarcar no projeto político do PT.
Evidentemente, por estratégia, os petistas preferem não tratar o assunto publicamente. Sabem que a operação é delicada e precisa ser feita sem chamar a atenção. Inclusive para minimizar a possível frustração de não dar certo.
Aliás, uma das barreiras, provavelmente, estaria dentro do próprio PT e atende pelo nome de Articulação de Esquerda. A corrente petista como fama de “radical” é muito ligada ao Sintese, que nutre uma animosidade com JB desde aquela história dos óculos e os professores.
Poderia até ser voz vencida, como em outros episódios de divergências, mas quem conhece o perfil da Articulação de Esquerda sabe que estes petistas, mesmo que Lula esteja à frente do acordo, não aceitariam JB calados e com flores nas mãos. Por certo, fariam barulho suficiente para ser usado pelos adversários do PT, durante a campanha.
Se num momento delicado, quando pesquisas apontam que o pré-candidato do PT não decola, a Articulação de Esquerda arrisca abrir uma crise no partido, ao cogitar a possibilidade de expulsão do deputado estadual Francisco Gualberto, está provado que, sob o argumento da coerência, não concordaria (jamais?) com a ideia de passar a chamar Jackson Barreto de companheiro.
A ideia de JB se filiar ao PT com Cauê na carona prosperará? Aguardemos a dinâmica da política responder.